quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vale dos Vinhedos na Serra Gaúcha





O Vale dos Vinhedos na Serra Gaúcha, entre as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, é caracterizada pela influência dos descendentes de imigrantes italianos que foram os pioneiros da vinicultura brasileira. 




Os imigrantes italianos chegaram à região por volta de 1875 e aos poucos a paisagem foi transformada pelos imensos parreirais, de onde saem as uvas para a produção dos melhores vinhos e sucos de uva in natura do Brasil. 





Apreciar o aroma e sabor do vinho em seu meio natural e conhecer as tradições da região possibilita compreender a cultura e arte de apreciar vinhos. Essa é a experiência que se tem no Vale do Vinhedos, além das paisagens e arquitetura que contam sua história. 



 


São mais de 30 vinícolas, queijarias, restaurantes que propiciam uma fantástica viagem à região mais italiana do Brasil. As vinícolas oferecem uma programação diferenciada, guiadas por enólogos, para contemplar a cultura do vinho desde o plantio até o engarrafamento, degustação de vinhos, espumantes e suco de uva. 





Em ambientes aconchegantes, pode-se degustar queijos e vinhos que devido à evolução tecnológica aplicada ao processo
de produção do vinho trouxe o reconhecimento dos vinhos do Vale do Vinhedo como um dos melhores do mundo e incentivou o enoturismo, atraindo muitos apaixonados pelo vinho. 

A melhor época para o turismo é quando as parreiras estão carregadas de uvas e acontece a colheita, o que permite mergulhar na cultura do vinho e sentir o cheiro da uva invadindo cada canto da região. 






O passeio turístico de trem à vapor é uma grande atração na Serra Gaúcha. São 23 quilômetros de percurso entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa. Durante o passeio, um conjunto típico italiano comanda a música e a tarantela. 






Já na estação de Bento Gonçalves os turistas são recepcionados, com um saboroso vinho e uma
deliciosa degustação de queijos. Na recepção em Garibaldi acontece ao som de música gaúcha e italiana durante a degustação de um saboroso espumante. Em Carlos Barbosa, um show de música italiana marca o momento em que todos confraternizam embalados pela música. 







Em Bento Gonçalves, visitar o Parque Temático Epopéia Italiana é como uma viagem no tempo que conta a história dos imigrantes. A visita é envolvente e faz sentir as emoções e necessidades que os imigrantes tiveram, desde que saíram da Itália até chegar ao Brasil.

Em uma enorme área construída, vários ambientes retratam aspectos da vida na Itália, a
viagem ao Brasil e, por fim, a adaptação ao novo continente. É um espetáculo de som e luz conduzido por atores que convidam o visitante a voltar ao passado e vivenciar a história. O espetáculo é acompanhado de degustação de vinhos, suco de uva e biscoito típico italiano. 






Carlos Barbosa: cidade berço da Tramontina.
Em Carlos Barbosa está a Gruta Nossa Senhora de Lourdes e outros roteiros religiosos. Na cidade acontece o Festiqueijo, o maior festival gastrônomico da Serra Gaúcha com muitas variades de queijo. 

E não é só queijos, tem diversos pratos à base de leite e queijo, como Polenta, galeto, salsichão, pão caseiro, pastel de queijo, pizza doce de leite, de chocolate e de queijo, crostoli, cuca, pepino, croissant de queijo e goiabada, pão de queijo, e milhares de docinhos.

O Morro do Diabo em Carlos Barbosa tem infra-estrutura turística para a prática de vôo livre de paraglider e é
considerada uma das melhores rampas do estado. Carlos Barbosa é a cidade berço da Tramontina. Dizem que a imigrante de Elisa Tramontina começou seu trabalho com as vendas dos canivetes que fabricava no porão de sua casa. E do artesanato, deu origem ao grupo industrial. 





Monte Belo do Sul faz juz ao nome. Situada no alto do monte, sua bela panorâmica de parreiras de uvas cria um cenário que muda conforme a estação do ano. Antigas construções guardam lembranças do passado da cidade e o Santuário de São Francisco se destaca no alto do monte. 






Antigas tradições são marcantes. Os eventos mais famosos são o Vindima que ocorre na época da colheita e o Polentaço que, além de servir a melhor polenta com fubá de milho da região, tem ainda a única exposição do mundo feita em polenta. 






Os cenários de Monte Belo são tão lindos, que ali foram gravadas diversas cenas da novela Esperança. Um passeio à Famiglia Tasca, que tem cantina em Monte Belo do Sul, permite degustar um suco de uva rosé artesanal. 



 

Há vários roteiros, como o do Caminhos de Pedra que busca resgatar a herança cultural dos colonos italianos, através das construções erguidas pelos camponeses e de sua gastronomia. O roteiro é feito na chamada Colônia São Pedro, área
rural de Bento Gonçalves, numa estrada de 7 km com 28 casas de pedra e madeira da época da imigração italiana. 






A Casa da Erva-Mate mostra a produção do principal ingrediente do chimarrão e na Casa do Tomate pode-se degustar derivados do tomate, como o tomate seco. A Cantina Strapazzon explica sobre a elaboração do vinho e vende queijos e embutidos. São ótimos os queijos e iogurtes da Casa da Ovelha e o almoço na Casa Vanni. 







O roteiro Vinhos de Montanha compreende a visita a algumas vinícolas, entre elas a Vinícola Aurora, que foi a primeira vinícola de Bento Gonçalves a abrir suas portas ao público. No início dos anos 80 criou um Centro de Recepção Turística que recebe mais de 100 mil visitantes por ano. 

O roteiro mostra os diversos procedimentos da arte de elaborar vinhos, percorrendo corredores com barris de carvalho, tanques de inox e enormes pipas de madeira. O trajeto é interligado por túneis, que fazem o visitante vivenciar um pouco da cultura e tradição locais, e o romantismo contagiante do mundo do vinho. 

O ponto alto da visitação é a chegada à Cave di Bacco. No local a vinícola oferece degustação gratuita de toda a sua linha de produtos. No varejo da empresa, caso queira, o turista pode adquirir os produtos degustados. 







Uma das vinícolas mais procuradas e uma das maiores do vale é a Casa Valduga que, além da visita guiada, degustação e venda de seus famosos e premiados vinhos, oferece a alternativa de hospedagem em uma agradável pousada ao lado dos vinhedos, além de um restaurante de boa qualidade. 

A Valduga produz vinhos, espumantes e grapa. É também proprietária da Casa da Madeira que produz sucos de uva, geléias e vinagre tipo balsâmico. A Osteria subterrânea abre para o almoço de segunda à sexta.




Vinícola Miolo

  
A Miolo é uma das maiores e principais vinícolas do Brasil, produzindo vinhos e espumantes. É onde também existe uma Escola do vinho para quem quiser aprender os princípios da degustação de vinhos nos cursos de 1 ou 2 dias que se realizam em maio e em novembro, além do almoço imperdível na Osteria Mamma Miolo. 



Vinícola Don Laurindo

Em outras pequenas vinícolas, como a Dal Pizzol e a Don Laurindo, a produção é pequena e por isso são vinhos normalmente encontrados só no Rio Grande do Sul. A Don Laurindo produz vinhos e espumantes, além dos vinagres de vinho tinto e do tipo balsâmico.







A Enoteca dos vinhos Dal Pizzol tem uma coleção de garrafas de safras antigas desde a sua fundação, hoje consideradas
peças de museu. Contém ainda uma réplica do primeiro vinhedo construído pelos imigrantes, todo de madeira e sem fios de arame. 

Ao lado existe um vinhedo didático, moderno e voltado para o futuro, que está sendo composto por uma grande coleção de variedades de videiras das mais diferentes regiões produtoras do mundo.







Um bom vinho sempre pede um bom queijo, um salame e outras coisas desse tipo. Um dos lugares bem conhecidos é a
Queijaria Valbrenta, com produção própria de queijos. Além da agradável recepção, durante a degustação pode-se ter as explicações sobre cada tipo de queijo que pode ser acompanhada por uma janela de vidro que deixa à mostra a pequena fábrica. A loja da queijaria vende queijos de outras procedências e também embutidos e os salames fabricados na região.





Os bons restaurantes é um convite para uma bela refeição com os vinhos da região. Além dos restaurantes da Miolo e da
Casa Valduga, o Don Ziero que fica na Vinícola Cordelier, bem na entrada do Vale, serve uma especialidade de cordeiro acompanhado do bom vinho da casa. 

Além disso, há uma coleção dos melhores azeites do mundo provenientes da Itália, Espanha, Líbano, Grécia e Portugal para temperar saladas. O restaurante Sbornea’s oferece uma variedade de pratos da culinária colonial italiana.





Garibaldi guarda na arquitetura antiga pedaços de história de sua origem e seu povoamento. O passeio em Garibaldi, feito com acompanhamento de um guia turístico, pode ser feito a pé ou no "Tim-tim", um caminhão de guerra de 1944 adaptado para o transporte de turistas com capacidade de 50 lugares. 



Piccola Garibaldi

O Ski Park é uma atração da cidade, um parque com pista de esqui para iniciantes, teleférico, tobogã de 300m, restaurante panorâmico e chalés de montanha. Em julho, anualmente acontece o Campeonato Brasileiro de Esqui. Outra atração é a Piccola Garibaldi, uma réplica em maquete do que foi a cidade no inicio do século.






As visitas guiadas à Chandon fazem parte da Rota dos Espumantes, que reúne seis vinícolas de Garibaldi: Peterlongo, Garibaldi, Georges Aubert, Courmayeur, De Lantier e Rossoni. A maior delas é a Chandon, que recebe os turistas em um moderno centro de visitas em que se pode fazer um rápido curso sobre espumantes, além da degustação dos produtos da casa.






Atualmente, o Brasil é um dos principais produtores de espumantes do mundo, em termos de qualidade. Nos
últimos quatro anos, os principais concursos internacionais que avaliam a qualidade dos espumantes garantiram aos espumantes brasileiros o 2º lugar mundial, perdendo apenas para os champanhes franceses.








Vinícola Santon


Hotel Villa Europa

sábado, 20 de agosto de 2011

Serra Catarinense, o clima europeu no Brasil



As montanhas da Serra Catarinense, nos limites dos estados Santa catarina e Rio Grande do Sul, é uma região com altitudes de quase 2.000 metros e registram as temperaturas mais frias do Brasil. É o único lugar do Brasil onde há neve em alguns dias do ano, mesmo estando a 100 km do litoral.





Fazendeiros da região criaram o turismo rural adaptaram suas fazendas centenárias para receber hóspedes. Os serranos são calorosos, a comida campeira é farta e a sintonia com a natureza é constante. Lauro Muller, Orleans, Urussanga, São Joaquim, Urubici, Urupema, Bom Jardim da Serra, Lajes são as cidades turísticas da região a mais de 1000 metros de altitude. Também fazem parte da Serra as cidades Anita Garibaldi, Bocaina do Sul, Bom Retiro, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Correia Pinto, Otacílio Costa, Painel, Palmeira, Ponte Alta, Rio Rufino e São José do Cerrito.



A estrada tem 34 quilômetros e a subida começa em Lauro Müller que tem um castelo verdadeiro que foi construído por Henrique Lage para Gabriela Bezanzoni, uma cantora italiana de ópera com quem ele se casou. A cidade que foi colonizada por italianos, tem inúmeros restaurantes especializados em comida italiana.





Privilegiada por sua localização entre o mar, as termas, a Serra do Rio do Rastro, Orleans é uma cidade por onde passam todos os que vão para o Planalto Serrano. O Museu ao Ar Livre de Orleans, constitui hoje um referencial da cultura orleanense e da região sul do estado, pela importância de seu acervo, que na verdade resgata todas as fases da colonização: engenho de farinha de mandioca, atafona para moagem de milhos, serrarias, casa de colono, cantina do vinho, oficinas artesanais e monjolos.



Fundada em 1878, Urussanga foi o principal núcleo de imigração italiana da antiga Colônia Azambuja, hoje Pedras Grandes, e recebeu muitos imigrantes de Longarone, Lombardia, Friuli e Trentino Alto Adige. As tradições dos colonizadores são mantidas e estão presentes nas celebrações, como a festa “Rittorno Alle Origine”, que se realizada nos anos ímpares e a Festa do Vinho, nos anos pares. Várias manifestações culturais celebram a cultura herdada dos imigrantes, como reuniões informais com muita música e bom vinho.


O caminho para Bom Jardim da Serra, uma estrada em meio a montanhas, guarda a história da Serra do Rio do Rastro que começa em 1870, quando os primeiros habitantes da região para conseguir os gêneros alimentícios que chegavam ao Porto de Laguna no litoral, abriram uma trilha na mata. A viagem do porto até a cidade portuária era feita em lombos de burros e a aventura podia levar dias.

No ponto mais alto, um mirante permite visualizar todas as curvas da estrada em meio à mata nativa. Este é o ponto da estrada mais apaixonante, quando se pode ver a imagem completa da serra, um espetáculo de montanhas, árvores, pedras e pontos em que a água corre morro abaixo. Em dias de céu limpo, avista-se o mar numa distância de cerca de 100 km.


Mais de 100 anos depois a estrada foi pavimentada mas ainda mantém nas suas curvas acentuadas uma atração à parte. Além de facilitar a vida dos moradores, a serra passou a ser o principal destino das pessoas que gostam de curtir a natureza. A visão de um grande catavento, com três hélices gigantescas e 50 metros de altura, logo chama a atenção de quem se aproxima do mirante da Serra do Rio do Rastro, é a estação experimental de energia eólica, produzida a partir do vento.

No alto da montanha fica Bom Jardim da Serra, uma cidade pequena e acolhedora com seus 18 rios que formam dezenas de cascatas, que criam um inusitado cenário quando se tornam congeladas. Um dos destaques da região é o Canyon das Laranjeiras, o Canyon da Ronda que tem um acesso muito estreito com penhascos dos dois lados e o Canyon do Funil. Os percursos são feitos em parte veículo com tração 4 x 4 e acompanhado por um guia o restante é feito a pé.





Ubirici é a cidade mais alta do sul do Brasil e, como um mirante, está cercada por outros morros, cânions e vales. No
topo da serra catarinense, quando amanhece tem-se o privilégio de caminhar sobre as nuvens. Entre junho e agosto a cidade se torna coberta de neve com um aspecto europeu e já registrou a temperatura de -17,8°C, a mais baixa já ocorrida no Brasil.

No Parque Nacional está o Morro da Boa Vista a 1.800 metros de altitude e a famosa Pedra Furada que pode ser vista do
Morro da Igreja. Neste local está instalado o Cindacta do Ministério da Aeronáutica, onde é feito o controle áereo da região. O clima de montanha, com seu ar puro, é um convite para ecoturismo, esportes radicais e para experimentar a vida cotidiana das fazendas, para depois descansar em frente ao fogo de chão.





No Morro do Oderdeng está a rampa de vôo livre e para o Morro do Avencal vão os adeptos de rapel, onde está a Cachoeira do Avencal. O nome avencal deriva de avenca, uma vegetação comum na região. Um dos lugares bonitos da cidade é a Serra do Corvo Branco, com uma altura de 1.470m. A 10 km da cidade está uma gruta natural consagrada a Nossa Senhora de Lourdes, um local de peregrinação e romaria.

Urubici é conhecida como Terra das hortaliças por ser a maior produtora catarinense de hortaliças e também a 2a. maior cidade produtora de trutas do Brasil. Colonizada por imigrantes alemães, italianos, portugueses e letões, em Urubici são marcantes as suas influências que deixaram na culinária, nas artes e na arquitetura.







Bom Retiro é a maior produtora de cebolas e vime na região. Cercada por morros e com belas paisagens, tem belas plantações de maçãs-gala, considerada a melhor do Brasil. O Morro dos Campos dos Padres, com 1.828 metros, proporciona uma bela vista panorâmica. O Morro das Antenas de Bom Retiro é considerado um dos morros de melhores ventos do Brasil, segundo especialistas, tendo ótimas condições para a prática de asa-delta, parapente e paraglider.

Uma das peculiaridades da cidade é a Festa Estadual do Churrasco. Às margens da BR-282 há um monumento em homenagem a um dos pratos típicos de Bom Retiro, famosa em todo o Brasil por fazer o melhor churrasco de Santa Catarina. Representando a Santíssima Trindade, o Monumento Pai Eterno tem cerca de 10 metros de altura e foi esculpido em concreto. Ele está localizado no Santuário de Nossa Senhora Aparecida. O monumento Curucaca representa a ave símbolo de Bom Retiro.






Bocaina do Sul, antigamente chamada de Piúrras, teve o nome mudado para fazer referência a uma formação montanhosa que os moradores dizem ter formato de boca. A cidade é um local de turismo rural com opções de camping e pesca. Existem diversos lagos com traíras e outros peixes além de belas cachoeiras. A cidade tem cinco canchas de laço. A prova campeira e os rodeios crioulos é outra grande atração da cidade.

A Lagoa do Foge é um ponto turístico e o nome da lagoa deve-se ao fato de que os moradores da região acreditarem que ela não possui escoamento, isto é, não se sabe a origem da nascente e nem por onde ocorre o escoamento. Como no centro da lagoa a profundidade é superior a 20m, acredita-se que a lagoa não tenha fundo.

Na verdade a lagoa está localizada sobre uma parte do aquífero guarani, sendo um lago natural formado a partir das grutas desse aquífero. Os contadores de histórias da região contam que os antigos jesuítas escondiam seu ouro em locais estratégicos da região e uma dessas áreas seria uma lagoa. Dizem que em noites frias de inverno e de lua cheia, costuma aparecer uma freira, bem no meio da lagoa, dentro de uma canoa. Ela fica rondando como se fosse a guardiã do ouro deixado pelos jesuítas.









Urupema é uma das cidades mais frias do Brasil podendo chegar até 14º negativos. Do Morro das Antenas com 1750 metros de altitude tem-se uma exuberante vista panorâmica e onde ocorre fortes geadas no inverno. É ali que está uma das atrações de Urupema, a "Cascata que congela".

É uma das poucas cidades do mundo a criar no Rio Caronas no centro da cidade, a sensível Truta Arco-íris. A gastronomia típica regional tem variados pratos de truta que tem seu ponto alto na Festa da Truta que acontece no mês de junho.





Rio Rufino, a 17 km de Urupema, tem destaque nacional, chamada de Capital Nacional do Vime por ter lavouras e confecções de cestarias, artesanatos e móveis de vime, uma árvore que encontrou na serra catarinense condições ideais de desenvolvimento. A combinação da altitude, a temperatura amena e a abundância de água faz com que os vimeiros cultivados no município ganhem porte de árvore e ultrapassem dez metros de altura, três vezes mais do que o normal.

Contam que por volta dos anos 1900, Rufino Pereira montado em seu burro e com seu cachorro tigreiro, descendo a serra fêz uma clareira e montou um rancho. Com uma numerosa família para sustentar, ali plantou sementes de milho, feijão e fêz uma horta. Em 1905 Rufino foi encontrado sem vida entre os tocos da sapopema e decidiram prestar-lhe justa homenagem através de um modesto monumento na minúscula pracinha disponível como espaço público, no centro de Rio Rufino.



O monumento é repleto de significados: o tronco de sapopema representa o desbravamento do sertão, o início da colonização. Sobre o tronco uma cesta, a cultura do artesanato vigente na cidade. O colonizador de mangas arregaçadas, mostra o trabalho e os frutos da terra: milho, feijão, moranga, maçã, pimentão, etc. Em abril acontece a mais famosa festa de Rio Rufino: a Festa Nacional do Vime.







Lages é a mais extensa cidade do estado de Santa Catarina. Conhecida como a Capital do Turismo Rural, por ter sido a primeira nesse segmento turístico, a cidade foi no passado um entreposto no Caminho dos Tropeiros que faziam a rota do transporte de gado. A cidade é referência na produção de artigos de madeira para construção civil. Com terreno muito acidentado, dos bairros mais altos, chamados de Cidade alta, é possível ter uma vista panorâmica da cidade.





A cidade foi batizada de Lages devido à abundância da pedra laje na região. Mantendo suas tradições gaúchas através do folclore regionalista, da comida campeira e das festas, é conhecida como a "Princesa da Serra". Em Lages acontece a grande Festa Nacional do pinhão no mês de junho, um dos maiores eventos culturais e gastronômicos do Sul do Brasil que reúne milhares de visitantes. O grande destaque é a gastronomia típica da região.



As cavalgadas, o fogo de chão, as comidas típicas, o hábito de contar histórias, tudo faz parte da cultura de Lages. Diversos
monumentos fazem homenagem à miscigenação de raças, desde a chegada dos bandeirantes até os imigrantes gaúchos. Nos seus mais de 200 anos de história, Lages preserva o legado intocável dos campos nativos com suas taipas centenárias e rios de águas muito puras.



Painel, uma pequena cidade próximo a Lages, era conhecida como Quarteirão do Portão ou Portão. Com uma altitude muito elevada, cobre-se de branco no inverno, resultado da geada e da neve, criando um cenário de rara beleza. Sempre em agosto, em comemoração ao aniversário de emancipação da cidade, acontece o Painelaço – a Festa Nacional da Truta e do Tiro de Laço.

O encontro inclui shows, pratos típicos à base de trutas e competições de laço e gineteadas onde os competidores demonstram suas habilidades campeiras. A gineteada é a montaria em cavalo xucro, não domesticado, e manter-se na montaria é o grande desafio.








São Joaquim é considerada a cidade mais fria do Brasil. Nos meses de inverno é comum a ocorrência de geadas e ocasionalmente, nos dias de frio intenso ocorrem precipitações de neve quando os termômetros podem marcar –10°C e até –15°. A melhor infra-estrutura turística de São Joaquim está nas fazendas de turismo rural, além dos hotéis e pousadas que são adaptados para o rigoroso inverno, com calefação ou lareira. Outro passeio imperdível é o Snow Valley - Vale da Neve, com trilhas ecológicas entre xaxins gigantes que levam a uma típica floresta serrana com pinheiros, bracatingas, samambaias, lagos e cascatas de 6 andares.







Conhecida como a Capital da Maçã, os dias com temperaturas amenas são ideais para conhecer o Parque Nacional da Maçã. O município é grande produtor de maçã e promove a Festa Nacional da Maçã. Cachaças curtidas de vários sabores são uma tradição na festa além dos saborosos vinhos produzidos com uvas da região pela Villa Francioni, a Quinta Santa Maria e a Pericó.





A bela vinícola Villa Francioni, construída com 600 mil tijolos de demolição, guarda preciosidades como o lustre que
pertenceu à família real portuguesa e luminárias marroquinas. A visita dura 1h30 e inclui explicação sobre as etapas de produção e degustação de um dos melhores vinhos do Brasil.




Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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