Localizada no litoral do estado Rio Grande do Sul, a cidade de Torres reserva muitas surpresas para quem curte esportes radicais e belas praias. A grande extensão de areia e as águas cristalinas transformaram a cidade num dos destinos turísticos mais apreciados no sul do Brasil.
Lagoa do Violão: O centro da cidade é marcado pela Lagoa do Violão, que surgiu a partir do represamento das águas da restinga de praias. Com pista de caminhada em seu entorno e passeio de pedalinhos, a lagoa é um dos principais pontos de encontro de Torres.
No meio de sua extensão há uma ponte de aproximadamente 200 metros que possibilita a travessia. Muito usada para esportes aquáticos, dizem que a lagoa tem esse nome por ter o formato de um violão. Outros dizem que o nome surgiu a partir das serestas que ali se realizavam, mas há ainda uma versão folclórica.
Conta-se que um navio naufragou e dele foi salvo apenas um português com o seu violão. Após sua recuperação, o rapaz passou a entoar canções que encantavam a todos na tribo. Foi assim que uma índia se apaixonou por ele.
Conta-se que um navio naufragou e dele foi salvo apenas um português com o seu violão. Após sua recuperação, o rapaz passou a entoar canções que encantavam a todos na tribo. Foi assim que uma índia se apaixonou por ele.
Porém os índios eram antropófagos e resolveram devorar o cantor, por pensar que seu talento passaria para os índios. A índia ficou desconsolada e com suas lágrimas alagou a região, formando uma lagoa em formato de violão.
Lendas à parte, nessa região viviam os índios Carijós, até que a partir do ano de 1500 as trilhas indígenas começaram a ser usadas por bandeirantes, que buscavam capturar os índios nativos para serem usados como escravos.
Posteriormente esses caminhos se transformaram no principal elo de ligação entre o sul e o resto do Brasil. Devido aos portugueses que se instalaram na região, Torres se desenvolveu com forte influência portuguesa.
Construções antigas: Torres é uma cidade moderna, mas ainda mantém muito do seu passado. Antigamente a Rua Júlio de Castilhos era chamada Rua de Baixo. Essa foi a primeira via pública da pequena vila.
Originada de um antigo caminho que ligava a lagoa à praia, resta ainda um antigo casario em estilo colonial português, construído com pedras extraídas do Morro do Farol, rejuntadas com barro e cal dos sambaquis. Segundo contam, a primeira casa da cidade surgiu em 1815, tendo recebido o Imperador Dom Pedro I.
A atual Rua José Antônio Picoral, que no passado era chamada de Rua de Cima, foi a segunda via pública criada na cidade. Em 1910 havia muito movimento nessa rua, que reunia vendedores ambulantes, pescadores, vendedores de latas de água, flores e utensílios variados.
Nessa rua encontrava-se a moradia de José Antônio Picoral e o Hotel Picoral. Daí vem seu nome, que presta homenagem ao antigo morador. Todas essas informações antigas podem ser conferidas na Casa de Cultura, onde há exposições históricas.
Pelas fotografias antigas pode-se ver a evolução da cidade, bem como admirar o acervo histórico que reúne muitas peças antigas, como rádios, telefones, móveis, vitrolas, moedas, utensílios domésticos, livros e materiais produzidos por índios.
Quadrado do Picoral : O desenvolvimento turístico de Torres teve início nas primeiras décadas do século 20, sendo um de seus marcos a presença do Hotel Picoral, empreendimento que teve início em 1915.
Entre as décadas de 1910 e 1940, onde hoje se encontra a Praça Pinheiro Machado existiam vários chalés organizados em um quadrado. Esse conjunto de chalés foi o primeiro grande empreendimento turístico realizado por iniciativa de José Antonio Picoral, um dos pioneiros no ramo de hospedagem.
E assim, em apenas duas décadas, Torres se transformou de pequena vila em grande polo turístico. Mesmo após sua demolição em 1945, a população ainda se referia à área por seu nome antigo: Quadrado do Picoral.
Igreja São Domingos: Concluída em 1824, essa igreja é um modelo da arte colonial portuguesa e encanta por sua graciosidade. Sua construção em estilo barroco simples, possui uma única torre construída em 1898. Restaurada recentemente, em seu interior existem imagens de grande valor histórico doadas por Dom Pedro I.
Foi reconhecida em 1837, sendo a igreja mais antiga do litoral nordeste do Estado e a primeira a ser erguida em toda a distância que se estende entre as cidades de Laguna e Osório.
Em frente à igreja está a Rua Padre Lamônaco, que no passado era conhecida como Rua do Fogo. Dizem que esse nome se originou do trabalho dos profissionais que recolhiam mexilhão nas praias e que de madrugada ferviam a pesca em latões em frente à igreja.
Praça 15 de novembro: A praça data da década de 90, tendo um coreto cuja arquitetura lembra as obras de 1880/1900. O modelo francês lembra o país que ditava a moda arquitetônica da época. Local de manifestações politicas e culturais da cidade, é também o ponto de partida da carruagem que percorre a cidade levando turistas.
Ícone do turismo mundial, essa é uma das atrações de Torres. Típica do século 18 e copiada de um modelo de Viena, ela encanta ao remeter ao passado e a um mundo aristocrático.
Mesmo não sendo um nobre, quem passeia nela tem seus momentos de fama, pois a carruagem atrai olhares e os flashes disparam. Além da atmosfera de sonho e de conto de fadas, o passeio permite uma visão diferente da cidade.
Praias: Torres tem muitos passeios, mas bom mesmo é conhecer o litoral e as praias. Passando pela Casa do Turista na Av. Rio Branco é possível ter todas as informações turísticas da região.
Com seu cenário único da costa brasileira, Torres teve seu nome derivado de três grandes rochedos de origem vulcânica que afloram à beira-mar. Com alturas entre 25 e 30 metros, calcula-se que essas rochas sejam do período jurássico e tenham 140 milhões de anos.
O conjunto de paredões de pedra forma um verdadeiro forte natural entre o Oceano Atlântico e o continente. São eles o Morro do Farol, o Morro das Furnas e o Morro da Guarita.
Torre Norte ou Morro do Farol: A primeira é a Torre Norte, mais conhecida como Morro do Farol. Seu nome teve origem na construção do primeiro farol em 1911, que objetivava a sinalização para os navegantes.
Porém a construção se perdeu. O segundo farol construído em 1927 ruiu durante uma tempestade. Por isso em 1952 o terceiro farol foi construído ao pé do morro e ao lado do mar.
O farol atual foi construído em 1970. Possui 18 metros de altura e acende de 8 em 8 segundos, sendo visto em noites claras a uma distância de 8 milhas marítimas ou 12 Km. O chapadão mais elevado tem cerca de 600 metros de largura e sua altitude superior 46 metros e meio.
O local é ideal para se avistar as belezas naturais da cidade. De lá pode-se ver todas as praias, as torres, dunas e serras. Ao final do dia proporciona em momentos de rara beleza quando pode-se admirar um por do sol deslumbrante.
Praia Grande: Junto ao Morro do Farol está a Praia Grande, que é a mais urbanizada da região. Com ondas calmas e maré tranquila, é a preferida pelos turistas.
Com extensão de 2.000 metros e ótima estrutura, é também onde são realizados eventos esportivos e shows a céu aberto no verão. Em alguns pontos há dunas que separam a praia da avenida à beira mar.
Prainha ou Praia do Meio: Depois da Praia Grande vem a Praia do Meio. Também conhecida como Prainha, é considerada bela e relaxante, porém suas águas são perigosas para banhos de mar.
Tem apenas 600 metros de extensão, mas por ter o fundo rochoso que dá boa formação para as ondas, é bastante frequentada por surfistas. Devido às pedras, é preciso ter cuidado para entrar e sair do mar.
Praia dos Molhes : Situada na junção do rio Mampituba com o mar, a praia tem areia grossa e dourada. Devido à sua proximidade com o rio, no passado essa praia não era liberada para banho.
Porém hoje tornou-se um dos pontos turísticos mais frequentados. Com água muito cristalina, essa praia é caracterizada por sua grande escadaria e muitos bares, além de algumas zonas rochosas que aparecem entre as marés.
De um lado os molhes são muito utilizados pelos pescadores; do outro lado pelos surfistas. Aliás, perto dessa praia existe um monumento dedicado ao surfista, que é o único da América Latina que presta este tipo de homenagem.
Construído em concreto, representa um surfista pegando onda. Em Torres são disputadas diversas competições de surf, incluindo o Circuito que foi eleito o melhor do estado.
Rio Mampituba: Torres está numa das margens do rio Mampituba, em cujas águas desembarcou em 1531 o navegador Lopes de Souza, marcando o limite entre as duas capitanias meridionais da América Portuguesa. De um lado está o estado de Santa Catarina; do outro o Rio Grande do Sul.
No passado esse foi um ponto estratégico, que permitia o trânsito para o extremo sul de jesuítas, índios e bandeirantes. Os molhes foram construídos entre 1968/1970 para fixação da foz do rio e para facilitar a saída de barcos pesqueiros.
Hoje do delta do rio, com entrada pelos molhes, partem embarcações que levam turistas para passear pelas praias de Torres até a Ilha dos Lobos, onde se pode observar os leões marinhos durante o ano.
Ilha dos Lobos: É a única ilha marítima do Rio Grande do Sul, tendo esse nome por ser frequentada por lobos e leões marinhos entre os meses de julho e novembro, que é a temporada de acasalamento desses animais. De março a setembro as baleias, golfinhos e gaivotas fazem festa no litoral de Torres.
A Ilha dos Lobos tem formação de origem vulcânica, provavelmente a mesma que formou as torres. Localizada a cerca de 1.800 metros da preamar, é um refúgio para a vida silvestre. Por isso em seu entorno é proibida qualquer atividade de pesca, desembarque ou prática esportiva.
Torre do Meio ou Morro das Furnas: A Torre do Meio é, por sua extensão, a mais importante das torres. Também conhecida por Morro das Furnas, a trilha que atravessa por cima do platô é uma ótima opção de caminhada. Descendo pelas escadarias, é possível visualizar por baixo dos penhascos. Algumas das escadas são bastante íngremes.
Com um grande paredão de rocha viva caindo diretamente sobre o mar, ali pode-se observar algumas grutas naturais, as ditas furnas. Uma delas é o popular Canhãozinho, um buraco na pedra junto ao nível da água, onde a maré provoca estampidos. Daí vem seu nome. A trilha de subida dá acesso a outras furnas: Furnas do Diamante, Furna do Cristal e Furna Grande.
Do alto pode-se avistar as Furnas da Garagem e o acesso às Furnas Inacabadas através da chamada Pontezinha. No topo do Morro das Furnas, próximo a Lagoinha dos Suspiros fica o Capitel, um ambiente que convida a oração diante de uma vista linda.
Diante de tantos morros, muitas pessoas se sentem motivadas para praticar escalar ou praticar rapel. Porém devido ao perigo de desmoronamento, no Morro do Farol está proibido. De qualquer forma, seja qual for o morro, é importante ter bons equipamentos e um instrutor experiente que conheça o local.
Praia da Cal : Localizada junto ao Morro das Furnas e com uma extensão de 800 metros, a Praia da Cal é a preferida pelos surfistas. Nela há muitas opções de bares e restaurantes, é onde se pode apreciar o melhor da culinária local.
Antigamente era uma praia somente de pescadores, tendo começado a receber veranistas a partir de 1942. Na época era conhecida como a Praia das Furnas, por estar entre o Morro do Farol e o Morro das Furnas.
Passou a ser chamada Praia da Cal em 1940, devido aos vários fornos de torrefação de conchas, caramujos e mariscos para a fabricação de cal mineral para produtos químicos.
Em frente à praia há uma pracinha onde existe uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos pescadores e marinheiros, cujo culto foi trazido pelos portugueses.
Chamada Iemanjá - a rainha do mar nas religiões afro-brasileiras, é tradicionalmente homenageada em 02 de fevereiro. No local há uma vertente de água cristalina que sai da rocha do Morro do Farol.
Torre Sul ou Morro da Guarita: Situado no Parque da Guarita, a Torre Sul ou Morro da Guarita possui um grande paredão de frente para o mar. Uma escadaria com mais de 100 degraus leva até o topo, de onde se pode desfrutar de uma exuberante vista das praias Guarita e Itapeva. Também é possível admirar o Morro do Meio, as dunas e a cidade.
Com cerca de 350 hectares de área, o Parque da Guarita reúne a Praia da Guarita, outros morros e fragmentos de mata nativa. Seu nome teve origem num posto fiscal criado para controlar a passagem, que logo foi transformado numa Guarita Militar em 1776. A construção do Forte de São Diogo em 1777 tinha a função de controlar as disputas entre castelhanos e portugueses.
Segundo especialistas, o relevo à beira-mar marca o início da Serra Geral, uma formação geológica de rochas magmáticas relacionadas a derramamentos de lava vulcânica que ocorreram há milhões de anos. Acredita-se que, antes da separação dos continentes, essa área era unida à região onde hoje fica a cidade de Etendeka, na Namíbia - África.
Segundo especialistas, o relevo à beira-mar marca o início da Serra Geral, uma formação geológica de rochas magmáticas relacionadas a derramamentos de lava vulcânica que ocorreram há milhões de anos. Acredita-se que, antes da separação dos continentes, essa área era unida à região onde hoje fica a cidade de Etendeka, na Namíbia - África.
Na torre da Guarita é possível observar bem as diferenças entre as rochas da praia. Na parte superior, ficam os blocos de basalto e embaixo, o arenito, já bem desgastado e esculpido pela própria ação do mar e do vento. A força das águas também abriu caminhos em forma de grutas por entre as pedras, as cavernas conhecidas como furnas.
Porém essas torres não são resultado apenas da ação da natureza. No final do século 19, durante o governo de Deodoro da Fonseca, um projeto portuário foi designado para esta área.
As rochas foram explodidas, sendo ainda possível perceber as marcas das dinamitações. Sem os morros, a ideia seria chamar a cidade de Deodorópolis, em homenagem ao então presidente da República.
A obra acabou sendo transferida para Rio Grande, mas as pedras partidas espalhadas pelas explosões até hoje fazem parte da paisagem da Praia da Guarita.
Algumas tem formato radial, que lembram estrelas. Outras conservam o espaço onde foi colocada a banana de dinamite. Felizmente Torres manteve seus morros e paredões rochosos que, além da beleza, fazem parte de um rico ecossistema.
Paraglider/ Balonismo: Dos morros partem os voos duplos de paraglider, com pouso no próprio morro ou no gramado da Prainha. Basta se encher de coragem e curtir a bela paisagem de Torres.
Também é possível experimentar a emoção de voar num balão para apreciar as belas paisagens de Torres. A cidade tem pilotos habilitados que realizam passeios turísticos. O voo sai do Parque de balonismo e leva aproximadamente 1 hora.
Torres é considerada a capital brasileira do balonismo, isso porque há 21 anos é realizado em Torres o Festival Internacional de Balonismo. A cada ano entre o final de abril ou início de maio, dezenas de balões colorem o céu e transformam a cidade numa festa. O próximo festival está previsto para 27 de abril a 1º de maio 2018.
Parque da Guarita: O parque da Guarita foi criado em 1971, tendo jardins criados pelo famoso paisagista Burle Marx. O objetivo era proteger todo o cenário ali existente, de grande valor ambiental e paisagístico. Tendo uma bela mata nativa, é o local preferido para fazer caminhadas ao entardecer e apreciar o por do sol, porém as trilhas devem ser agendadas.
São sete trilhas oferecidas gratuitamente ao visitante: Lagoinha, Torre de Fora, Itapeva, Horto, Banhados, Vento Norte e dos Lagos. As trilhas acontecem com saídas do Pórtico de Entrada. Quem visitar o local recebe um material gráfico com informações sobre o local.
Praia da Guarita: Localizada dentro do Parque da Guarita, é considerada a praia mais bela de Torres. A enseada está encrustrada entre falésias e cercada pelos morros das Furnas e da Guarita, porém suas águas cristalinas são muito agitadas. Por isso é muito apreciada pelos surfistas e praticantes de esportes marítimos.
Praia da Itapeva: Após o Parque da Guarita tem início a Praia de Itapeva. Muito extensa e com águas cristalinas, a praia tem o mesmo nome do Morro de Itapeva, que em tupi significa "Pedra chata".
Por ser uma praia aberta, a prática de surf depende muito dos fatores climaticos, mas sempre rolam boas ondas. É a única praia da cidade que permite o acesso de carro.
O Parque do Itapeva possui 1.000 hectares de área protegida. Foi criado em 2002 com o objetivo de preservar ecossistemas e as diversas espécies da fauna e flora, assim como promover atividades de pesquisa científica, educação ambiental e turismo ecológico. No parque existem dunas, campos secos e alagados, como a grande mata formada sobre solos úmidos.
Entre figueiras, orquídeas e bromélias, há também muitos répteis raros, como as lagartixas-das-dunas e outros animais como o mico-prego e as várias espécies de cuícas.
Entre figueiras, orquídeas e bromélias, há também muitos répteis raros, como as lagartixas-das-dunas e outros animais como o mico-prego e as várias espécies de cuícas.
Nos últimos 5.000 anos, a interação entre o mar, o vento, a areia e a vegetação, deu origem às dunas costeiras que se estendem por 600 km no litoral gaúcho. As dunas dentro do Parque da Itapeva são muito procuradas para a prática de Sand bord.
Castelo de Torres: Quem quiser experimentar uma atmosfera de conto de fadas, não pode perder uma visita ao castelo maçônico. Situado nas proximidades do Parque Itapeva, no Km 84 da Estrada do Mar, não é aberto à visitação mas é um excelente local para fazer fotos.
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