De repente você avista um castelo erguido no alto da serra ao lado de uma estrada que corta as terras de Sitio Novo, uma região pobre nos limites do agreste e do sertão do Rio Grande do Norte a 104 km de Natal.
E lá está no alto da serra dos Tapuias, quase 400 metros acima do nível do mar, lembrando de longe os velhos castelos das montanhas da Europa: um castelo feito de pedra e cal, fruto dos sonhos e do ideal de Zé do Monte que é a grande atração no alto da Serra dos Tapuias.
Contrastando com a simplicidade das casas da cidade de Sítio Novo, o castelo é um sonho maravilhoso de um homem de hábitos simples chamado José Antônio Barreto ou Zé do Monte.
Com a sua fala mansa, poucas palavras e gestos pausados, Zé do Monte explica que todo o seu trabalho é fruto de uma aparição de Nossa Senhora, que lhe incumbiu da missão de construir 13 castelos.
Ele construiu seus 13 castelos, quase como numa peregrinação, em todos os estados do Nordeste pelo menos um foi edificado, com exceção do Maranhão e de Sergipe.
De longe, o castelo confunde. A grandiosidade e a suntuosidade que se imagina existir dá lugar a uma construção rústica, na base da pedra, do cimento, do tijolo e da cal. Ao contrário dos castelos europeus, não existe piso em mármore, peças em ouro e nem ilustres brasões de famílias. No castelo da Serra dos Tapuias há algo mais valioso, a vontade de cumprir uma promessa.
No seu interior do castelo há imensos e estreitos labirintos, subindo e descendo com paredes inacabadas, sem iluminação, com poucas portas e janelas que deixam entrar a luz do sol e sempre terminam em pequenas sacadas que mostram belos panoramas. De lá se descortinam as serras e as terras do sertão, que se estendem abismo abaixo.
Quando Zè do Monte visitava uma cidade do interior do Rio Grande do Norte em 1940, uma aparição de Nossa Senhora o fez abraçar a missão que modificariam sua vida. Segundo diz, a imagem da santa surgiu como que esculpida na rocha e conversou algum tempo com ele sobre o destino de construir castelos e sobre os recursos materiais e espirituais que haveriam de garantir a obra.
Quando Zè do Monte visitava uma cidade do interior do Rio Grande do Norte em 1940, uma aparição de Nossa Senhora o fez abraçar a missão que modificariam sua vida. Segundo diz, a imagem da santa surgiu como que esculpida na rocha e conversou algum tempo com ele sobre o destino de construir castelos e sobre os recursos materiais e espirituais que haveriam de garantir a obra.
Zé do Monte não desanimou por não ter dinheiro. Sem ter a mínima noção de engenharia ou arquitetura. Apesar de nunca ter erguido uma parede durante toda a sua vida, depois da aparição ele se determinou que faria as construções.
Nos anos 60 ele reformou sua casa no bairro das Quintas em Natal. A casa é um mini castelo, com muitos azulejos, torres, portas e janelas protegidas por grades.
Ao descobrir a Serra dos Tapuias, procurou o dono das terras, fez negócio e ocorreu uma coincidência, pois a venda só seria realizada a quem prometesse que preservaria a imagem da santa que ali existia.
Numa área de 13 hectares, Zè do Monte construiu o castelo e o que chama mais a atenção em seu aspecto externo são as 83 torres, que surgem dos mais diferentes locais sem obedecer qualquer estética. Na parte interna, o que impressiona é a sua entrada, com uma nave principal e seus altares, que lembram uma igreja. Próxima a nave, a imagem de Nossa Senhora de Lourdes.