sexta-feira, 26 de maio de 2023

São Thomé das Letras, a cidade mística




Não importa se você é um mochileiro em busca de aventuras ou um viajante que procura um lugar Zen para recarregar as energias. Tudo isso pode ser encontrado em São Thomé das Letras, uma pequena e modesta cidade de Minas Gerais, mas que oferece uma experiência única em meio à natureza.






Encravada no alto da Serra da Mantiqueira, a cidade encontra-se sobre um  grande depósito de pedras quartzito, que são muito utilizadas na construção das casas, quanto no calçamento das ruas. 






Há pedras por todos os cantos da cidade. Situada numa elevação de 1440 metros, seu ar rústico e tipicamente mineiro do interior é um excelente destino turístico para quem aprecia a natureza.  






Centro histórico: A cidade é pequena e muito simples. Sua origem está relacionada com as expedições dos bandeirantes, que no século 18 passaram por essa região procurando ouro e pedras preciosas. Os bandeirantes também capturavam os índios para serem seus escravos. 






Sabe-se que ali viviam os índios cataguás, que se sentiram ameaçados e nabandonaram a região. Ao final do século 19 a extração do quartzito, que posteriormente passou a ser chamada Pedra de São Tomé,  se tornou a principal atividade econômica da cidade, o que atraiu muitos moradores. 






Por toda a cidade há inúmeras pousadas, áreas de camping, restaurantes e lojinhas, mas principalmente na pracinha da igreja. Tudo é muito tranquilo e as lojinhas de artesanato tem muitos artigos esotéricos.






Cidade mística: Dizem que São Thomé é um dos sete pontos energéticos ou Chacras da Terra, o que atrai místicos, espiritualistas, sociedades científicas e alternativas, que a chamam de Cidade Mística. 

Pessoas que visitam a cidade afirmam que já sentiram essa energia. Ao fechar os olhos, eles conseguiram visualizar um portal iluminado e até puderam ouvir sons e as vezes músicas...






Igreja de Pedra: No centro da cidade, a pequena igrejinha de Pedra representa todo o charme e riqueza de São Thomé das Letras. Conhecida como Igreja Nossa Senhora do Rosário, foi construída em 1833 com pedra sobre pedra, sem usar nenhum tipo de argamassa.






Além da igrejinha, existem também tantas outras, que parecem terem sido construídas utilizando-se o mesmo processo, ou seja, sem nenhum material que servisse como liga entre as pedras. 






Centro da cidade: São Tomé permite desacelerar, pois não há pressa. Ali as pessoas andam pelas ruas com tranquilidade e há boa receptividade com os turistas. Para puxar conversa, basta pedir uma informação e contar de onde veio.

Se tocar violão, logo aparece um cara tocando flauta doce tirando musica na hora que aprendeu "de ouvido". Esse é o modo brejeiro de fazer amizades, seja nas pousadas, nos campings ou na pracinha. 






Igreja Matriz de São Thomé: Na Praça Barão de Alfenas encontra-se a maior construção da cidade, a Igreja Matriz de São Thomé, que foi construída em 1785 por escravos. 

Essa é uma das principais construções do período colonial de Minas Gerais. Em estilo barroco, a decoração interna foi pintada por um discípulo do brilhante escultor Aleijadinho.






Conta uma lenda, que no final do século 18 um escravo encontrou a escultura de São Tomé dentro de uma gruta, tendo junto uma carta que pedia a construção de uma capela. 

Por ser impossível que a carta tivesse sido escrita por qualquer escravo analfabeto, o dono do escravo leu a carta e mandou construir uma igrejinha junto à gruta.
  
Posteriormente a cidade passou a ser chamada São Tomé das Letras, devido às inscrições rupestres que ainda podem ser vistas na gruta, onde teria sido encontrada a escultura de São Tomé.






Gruta de São Tomé:  Ao lado da Igreja Matriz está a famosa Gruta de São Thomé, onde foi encontrada a imagem do santo e as inscrições rupestres que deram origem ao nome da cidade. 






O passeio pelo interior da gruta é rápido, mas no topo da gruta a maravilhosa vista prende os olhos dos visitantes por mais tempo. 

Além da Gruta de São Tomé, por toda região existem grandes formações rochosas e muitas outras grutas, como a Gruta do Carimbado, Gruta do Sobradinho e a Gruta do Labirinto. Embora estejam a alguns quilômetros do centro da cidade, esse é um passeio imperdível. 





Gruta do Carimbado:  Situada numa propriedade particular, a Gruta do Carimbado é famosa por suas lendas. Uns dizem que dentro dessa gruta vivem os Reptilianos, uma civilização intraterrestre que tem a forma de répteis. 

Outros dizem que a gruta teria um portal que permitiria chegar até Machu Picchu no Peru. Místicos dizem que, sendo este local um ponto de fortes energias telúricas, na gruta haveria um portal para outras dimensões. 

De qualquer forma, nenhuma das hipóteses poderá ser comprovada. Devido à degradação e por questões ambientais, essa gruta foi fechada em 2012 e não permite visitantes nem exploradores. 






Gruta do Sobradinho:  Com aproximadamente 100 metros de extensão, a Gruta do Sobradinho é uma das principais atrações de São Thomé das Letras. Situada no povoado de Sobradinho a 17 km de São Thomé das Letras, dentro dessa gruta com 6 metros de altura há pequenos lagos. 

Uma extensa escada leva até a entrada da gruta, que é muito escura. Na saída uma corredeira forma piscinas naturais. Após visitar a gruta, você pode ir até a Cachoeira do Sobradinho, cercada por rochas e por uma vegetação quase intocável. 






Pico do Gavião: Em Sobradinho também encontra-se o Pico do Gavião, que oferece uma visão maravilhosa da região. Com 1430 metros de altitude, no inicio do pico existe o famoso cemitério esotérico, uma região plana que recebe esse nome devido ao formato das pedras que lembram lápides de cemitérios. Desse ponto avista-se o Pico do Papagaio de Aiuruoca.






Gruta do Labirinto: Em Sobradinho também encontra-se a Gruta do Labirinto. Suas 8 entradas levam para lugares diferentes em seu interior, por isso tem o nome de labirinto. Com 3 a 6 metros de altura, várias saídas que levam a trilhas. Em seu interior encontram-se formações e cores infinitas, além de pequenos lagos. Dela sai uma bela corredeira que forma uma uma maravilhosa piscina. 





Poço das Esmeraldas:  Após visitar a Gruta do Labirinto, seguindo por uma curta trilha chega-se a dois poços: o Poço Verde e o Poço Azul. O Poço Verde é mais extenso e conta com uma faixa de areia, perfeita para relaxar. O Poço Azul é menor, mas igualmente delicioso para refrescar.

O Poço das Esmeraldas é perfeito para curtir a tranquilidade do lugar, que é cercado por rochas e vegetação árida. Antes do poço, o local servia de extração das Pedras São Tomé, que acabou atingindo o lençol freático. Isso acabou resultando no poço, que não é fundo, por isso é uma delícia mergulhar por lá.


 



Ladeira do Amendoim: Situada numa estrada de terra a 5 km do centro da cidade, basta colocar o veículo em ponto morto na Ladeira do Amendoin e ver a magia acontecer: ele se move sozinho... 

Alguns dizem que tudo é provocado por uma atividade magnética das pedras. Outros argumentam que tudo não passa de ilusão de ótica, pois a ladeira seria na verdade uma leve descida. 

De qualquer forma vale conhecer essa ladeira divertida. Uma curiosidade é a brincadeira de efeito magnético: correndo de costas, ao subir tem-se a sensação de que se está descendo e descendo é como se estivesse subindo. A estranha sensação é provocada pelos mistérios da física. O efeito é real e muito legal. 



continua na parte 2


São Tomé das Letras, a cidade mística (parte 2)

 


Destacam-se em São Tomé das letras as suas diversas cachoeiras, que oferecem um banho refrescante no verão, mas também maravilhosos cenários dentro da mata. 

São mais de 30 opções, tendo mais destaque as Cachoeiras: Vale das borboletas, Eubiose, Paraíso, Lua, do Flavio, Véu da Noiva, Antares e Shangrilá. Grandes ou pequenas, cada uma tem uma beleza peculiar. 

A melhor época para conhece-las é entre abril e setembro, pois nesse período as cachoeiras estão mais cheias, já que as chuvas do final do ano até março enriquecem a paisagem. 






Vale das Borboletas: Esse é um lugar que parece encantado. Com três suaves quedas d’água, elas formam um pequeno lago. Dependendo da época, diversos poços se formam entre as pedras. 

Repleta de samambaias, nesse lugar deslumbrante muitas borboletas aparecem lá, por isso é chamado Vale das Borboletas.  Há também uma gruta, toda decorada pelas samambaias. 

Para quem não acha nada esquisito, tem umas pingas misturadas com aranha e cobras só para provar. O local costuma ficar cheio nos finais de semana e feriados. 






Cachoeira Eubiose: Com águas cristalinas e uma queda d’água de 15 metros de altura, a Cachoeira Eubiose é conhecida por sua beleza natural. No curso das águas encontram-se outras quedas, conhecidas como Pocinhos, Suíça e Paraíso. 

O nome “Eubiose” está relacionado com uma filosofia que visa a harmonização do ser humano com o Divino, por isso dizem que suas águas oferecem vitalidade, energia e poder.





Cachoeira Paraíso:  Paraíso é uma cachoeira que tem uma linda cascata sobre rochas e uma paisagem maravilhosa. O poço tem uma profundidade entre 2 a 3 metros de profundidade e uma prainha permite esticar sua toalha e curtir um sol. 





Cachoeira da Lua de Mel: Considerada uma das mais charmosas da região. É chamada Cachoeira da Lua porque durante a fase da Lua Cheia ela se torna maravilhosamente mágica. 






Cachoeira do Flávio: Ainda na zona rural, as quedas d'água da Cachoeira do Flávio mais parecem uma ducha. O poço não é fundo, e por isso é ideal para você ficar boiando enquanto sente a brisa da natureza. É ideal para crianças. 






Cachoeira Véu da Noiva: Em meio a uma mata, a Cachoeira do Véu de Noiva traz uma queda d’água fina de 25 metros e desemboca em uma bela piscina natural com 3 metros de profundidade. É uma das mais visitadas da cidade. 






Cachoeira Antares: Apesar de estar situada em um local mais distante, essa é considerada uma das mais bonitas cachoeiras da região. Inserida numa área de preservação em meio a uma linda mata, apesar dos 20 metros de altura da queda d´água, o poço é bem raso e super tranquilo para nadar. 





Cachoeira Shangrilá:  Cercada por flores e vegetação silvestre, no local há pinturas rupestres desenhadas em algumas pedras. Também conhecida como Vale do Maytréia, a cachoeira tem um córrego de águas límpidas.

Do alto da Serra do Pico do Gavião a queda d'água forma vários pocinhos deliciosos para mergulhar. Tem também uma pequena gruta. As pedras por onde a água passa são de quartzo rosa.






Pedra Furada:  Próximo a uma jazida de pedras está a Pedra furada, um monumento natural que foi esculpido pela natureza. Diz uma lenda que por ali viveu o curandeiro Chico Taquara, numa época em que era difícil consultar um médico e ter acesso a remédios. 

Ele curava as pessoas com ervas e de repente sumiu. No entanto, dizem que ele atende os doentes, se o pedido for feito encima da Pedra Furada. Em sua homenagem, existe uma escultura na praça que leva seu nome.





 
Parque Municipal Antônio Rosa: O parque Municipal é o atrativo mais visitado de São Thomé das Letras. Situado bem perto da cidade, no parque está o Mirante, a Casa da Pirâmide, o Morro do Cruzeiro, a Toca da Bruxa e a Toca do Leão, onde há sempre grupos de turistas.






Morro do Cruzeiro:  o ponto mais alto da cidade encontra-se o Morro do Cruzeiro. Com 4 metros de altura, o cruzeiro foi totalmente construído em madeira na época colonial. 

De um lado pode-se avistar o Mirante e do outro avista-se a Casa da Pirâmide. À frente surge um belo cenário de São Thomé e as montanhas. Dizem que o melhor desse lugar é acordar cedinho e apreciar lá do alto o nascer do sol...





Mirante / Casa de Vento: Outro ponto deslumbrante é o Mirante, de onde se pode observar toda a magnífica paisagem de São Thomé das Letras e região. 






Lá no alto está uma construção que seria uma residência, porém a obra foi embargada pela fiscalização e acabou abandonada. A Prefeitura fez uma reforma e transformou a estrutura em um ponto turístico, assim nasceu a chamada Casa de Vento, que oferece uma vista privilegiada.






Pedra da Bruxa: Encare a subida da Pedra da Bruxa. Os moradores de São Thomé das Letras dizem que você olhar bem para a pedra, consegue ver a silhueta de uma bruxa dessa pedra bem ao lado do mirante.

Segundo uma lenda, a bruxa se esconde entre as pedras e pode te derrubar com o vento que sopra bem forte lá do alto. Mas há quem não acredite em lendas e sobe até o topo da pedra para curtir mais uma vez a vista. 






Casa da Pirâmide: Situada a 1400 metros de altitude, a casa em formato inusitado de pirâmide tem janelas que foram abertas para quem quisesse observar as estrelas. 

Há portas de diferentes níveis que te levam para vários lugares da construção, mas o grande destaque fica por conta da vista deslumbrante. É incrível sentar bem no topo da pirâmide e contemplar o espetáculo da natureza. 






O cenário é de perder o fôlego.  A paisagem com muitas cores tem uma magia que traz muita paz de espírito e propicia momentos de reflexão, principalmente quando acontece o sagrado ritual do lugar: contemplar o por do sol. Acredita-se que esse é um dos momentos mais propícios para ver duendes, gnomos, bruxas e até mesmo discos voadores e extraterrestres!...



segunda-feira, 22 de maio de 2023

Sabará, uma cidade que vale ouro (parte 1)






Pequena, mas encantadora, aconchegante e repleta de belezas arquitetônicas, a cidade de Sabará faz parte do roteiro turístico da Estrada Real. Trechos da história do Brasil ainda estão preservados em seus casarões, chafarizes e igrejas.

No século 17 por essas terras passaram ilustres bandeirantes, atraídos pela descoberta de ouro e de esmeraldas. Naquela época Sabará era a maior comarca de Minas Gerais, com um grande contingente de escravos.






Seguindo o curso dos grandes rios, um dos bandeirantes que desbravaram essas terras foi Fernão Dias Paes Leme e seu genro Borba Gato. Em suas expedições, chamadas de bandeiras, os bandeirantes capturavam índios e escravos para carregarem suas bagagens.

A pedido do governador, em 1674 eles se embrenharam na mata em busca da mítica Serra do Sabarabuçu, onde uma lenda dizia haver uma jazida de esmeraldas e de prata. Assim eles partiram para a região, quando só havia o arraial Santo Antonio da Roça Grande, que hoje ocupa a entrada da cidade às margens do Rio das Velhas.
   





Embora tivesse apenas 25 anos, Borba Gato se mostrou um destemido desbravador dos sertões. Fernão Dias tinha 66 anos, mas mesmo assim tinha o sonho de encontrar as esmeraldas. Depois de 7 anos de muito trabalho e sacrifícios, eles encontraram muitas pedrinhas verdes. 

Ao final da expedição em 1681, Fernão Dias morreu devido à Malária, uma doença grave provocada por picada de mosquitos. Borba Gato assumiu a chefia da bandeira, porém se desentendeu e matou o administrador geral das Minas. Isso o obrigou a ficar escondido nas matas por 17 anos.
 
Tendo andado pelas matas durante muitos anos, Borba Gato acabou descobrindo novas jazidas de pedras preciosas e ouro no Rio das Velhas. Com isso Borba Gato conseguiu negociar o mapa dos tesouros em troca do perdão dado pelo rei. E assim, Borba Gato se instalou definitivamente no arraial, onde morreu em 1718. 






E por que a cidade tem o nome de Sabará? No final do século 17 o arraial se tornou uma cidade chamada de Sabarábusu. Depois passou a ser chamada Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, passando a ser conhecida como Sabará somente em 1838. 

Seu nome tem origem no termo tupi "Tesáberabusu", que significa "grandes olhos brilhantes", uma referência às pepitas de ouro que foram encontradas na região...






Praça Melo Viana: Essa é a praça mais importante da cidade, que serve como como ponto de referência e onde são realizadas as principais festas e festivais de Sabará. Na praça encontram-se o Fórum, duas escolas municipais, a Igreja do Rosário e o Chafariz do Rosário.






Igreja do Rosário: No período colonial não era permitida a entrada dos escravos nas igrejas, o que despertou nos escravos a vontade de ter sua própria igreja. Em vista disso, em 1768 a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos deu iniciou à construção da Igreja do Rosário.
 
Ela iria substituir uma antiga capela de madeira, mas devido às suas grandes proporções e pela falta de dinheiro da comunidade e queda da mineração em Sabará, a construção foi paralisada. Apenas as paredes foram construídas. 






Os cultos continuaram na capela de taipa, pois restava a esperança de angariar recursos para completar a obra. Quando a obra foi retomada, ela estava sendo erguida pelos escravos. 






Ocorre que em 1888 foi decretada a libertação dos escravos, fazendo com que a obra fosse definitivamente abandonada. E assim a igreja permaneceu inacabada. 

Os escravos não tinham dinheiro suficiente para continuar a obra e através dos séculos restou apenas paredes. A capelinha dentro das ruinas ainda pode ser visitada. Nela está um pequeno museu de arte sacra.






Chafariz do Rosário: Ao lado da Igreja do Rosário encontra-se o imponente Chafariz do Rosário. Construído em 1752, é um dos símbolos da cidade. 

Acima tem a coroa e o escudo imperial esculpidos em pedra-sabão, além duas grandes carrancas e uma cruz. As torneiras jorram água sobre uma bacia de pedra.






Fórum Municipal: Ao redor da praça encontram-se vários casarões históricos, que testemunharam o crescimento da cidade. Entre eles se destaca o Fórum Municipal, que está instalado em um belo casarão.


Continua na parte 2...


Sabará, uma cidade que vale ouro (parte 2)

 



Por toda a cidade há inúmeros casarões coloniais que foram preservados e transformados em prédios públicos, como a sede da Prefeitura, a Câmara municipal, a Biblioteca Municipal, a Casa de Borba Gato e o Museu do Ouro.

Chamada antigamente de Rua Direita, a atual Rua Pedro II reúne um belo conjunto arquitetônico. Nela estão os casarões mais bonitos e antigos da cidade, como o casarão da prefeitura, a Casa Azul, o Solar de Dona Sofia e a Casa de Ópera. 




Prefeitura: Devido à preservação das construções antigas, ainda hoje é possível admirar o casarão onde está instalada a Prefeitura Municipal da cidade. 

Os detalhes da maioria dos casarões são pintados na cor azul. Dizem que essa cor foi escolhida para agradar o Imperador, que visitou a cidade em 1881 e adorava a cor azul. 

Construído no século 18, o casarão se destaca pelos degraus de acesso feitos em pedra e a porta trabalhada com molduras, assim como suas janelas emolduradas.  




Solar Dona Sofia: Localizado na Rua Dom Pedro II, o antigo Solar Dona Sofia foi edificado o século 18, como consequência do processo de urbanização devido ao ciclo do ouro. 

Adquirido na metade do século 20 pelo Coronel Jacinto Dias, o solar foi herdado por Dona Sofia e sua irmã Dona Emília, que o receberam como herança e lá viveram até a sua morte em 1959. 

Visitantes ilustres foram recepcionados no solar. A partir de 1977 se tornou sede da Biblioteca Municipal, que funcionou no local por 32 anos, até ter seu acervo transferido para um local maior. 



Casa de Ópera: O Teatro Municipal ou Casa de Ópera, foi construído em 1819 no ponto mais aristocrático da cidade e junto de alguns dos mais importantes casarões da cidade. Dois grandes momentos do teatro aconteceram em 1831 com a visita de Dom Pedro I e em 1881 com a visita de Dom Pedro II.

Em sua época era o principal centro de entretenimento e reunião social da cidade. Com um típio estilo barroco italiano, ele segue as tendências da Itália e Portugual daquela época. 




O salão tem três níveis de camarotes, que eram reservados para os ricos e políticos da época. O último andar, na época conhecido como "Torrinha", era reservado para as pessoas mais pobres. 

Embora seu interior seja modesto, esse teatro possui uma das melhores acústicas da América Latina. Totalmente revitalizado, ainda preserva a sua característica original e a continuidade da rica história sabarense. Atualmente é o segundo teatro mais antigo do Brasil ainda em funcionamento. 




Rua Borba Gato: Até 1911 era chamada Rua da Cadeia. Ao comemorar o bicentenário da elevação da cidade, a Câmara Municipal rebatizou a via como Rua Borba Gato, em homenagem ao descobridor das minas do Rio das Velhas. Nessa rua  encontra-se a Câmara Municipal, o Clube Cravo Vermelho e a Casa de Borba Gato. 




Casa Borba Gato: Apesar do nome, a Casa Borba Gato nunca pertenceu ao ilustre bandeirante. Na verdade o casarão pertencia à Família Guimarães, que concedeu o nome de Casa Borba Gato durante as celebrações do bicentenário da elevação da cidade em 1911. 

Construído em 1814, o casarão teve diversas utilizações. Desde a sua construção foi residência, transformado em hospedaria e escola, até ser reconhecido como um bem de utilidade pública. Devido à sua importância cultural, desde 1987 o casarão passou a ser utilizado como museu e arquivo histórico. 




Museu do Ouro / Casa de fundição:  Sabará foi no passado uma das cidades mais ricas da região durante o ciclo do ouro. Sendo a sede de uma região onde se explorava o ouro, em Sabará estava a odiada casa de fundição, para onde era levado todo o ouro extraído, para ser fundido em barras e devidamente taxado pela Coroa Portuguesa. 





Em 1822 o Brasil se tornou independente, terminando assim com um dispositivo fiscal aplicado no estado de Minas Gerais desde 1751, que assegurara a retenção de 20% do ouro em pó ou folhetas ou pepitas que eram direcionadas diretamente à Coroa Portuguesa. 




Atualmente essa é a única Casa de intendência no Brasil que permaneceu preservada. Erguida em 1930, na antiga Casa de Intendência e Fundição do Ouro funciona o Museu do Ouro. Localizada na Rua da Intendência, seu acervo preserva peças de mobiliário do século 18, maquetes, pratarias, arte sacra e lavandas.  




Clube Cravo Vermelho: =Um dos locais icônicos da cidade é o Clube Cravo Vermelho. Fundado em 1921, o clube não tinha uma sede própria, por isso funcionou em diversos casarões da cidade. 

Com o aumento dos associados foi preciso construir uma sede maior.  E assim em 1932 surgiu a sede do clube na Rua Borba Gato, que no passado era o único salão de festas da cidade. 

O nome do clube foi uma homenagem ao Governador de Minas da época, Arthur Bernardes, que costumava usar um cravo vermelho na lapela quando visitava o clube.

O clube servia para as horas dançantes, mas também para as confraternizações e reuniões para discutir sobre política e economia. Muitas pessoas vinham de outras cidades para participar das reuniões.




Biblioteca Pública: Na Rua da República encontra-se uma das construções mais lindas de Sabará, o casarão onde funciona no segundo andar a Biblioteca Pública.

A primeira construção foi demolida para dar lugar ao atual casarão, que entre 1892/1924 foi a sede da antiga Câmara e Cadeia.

A atual biblioteca foi criada em 1942 e funcionou no prédio da prefeitura até ser transferida para esse belo casarão da Rua da República.


continua na parte 3...


Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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