quinta-feira, 28 de junho de 2012

A terra encantada da Chapada dos Parecis




A Chapada dos Parecis é o destino ideal para quem gosta de curtir a natureza e tem espírito de aventura. Situada ao norte do Mato Grosso e estendendo-se até Rondônia, a chapada é um lugar para praticar esportes radicais, trilhas e explorar as cachoeiras para mergulhar em águas limpas que revigoram, dentro um cenário ecológico encantado e abençoado.







A cidade de apoio aos turistas é Campo Novo do Parecis, uma cidade geometricamente planejada numa planície que parece não ter fim, onde o céu e a terra se confundem na linha do horizonte. 

Com inúmeras belezas naturais intocadas, belos rios de águas cristalinas, cachoeiras, monumentos de pedra criados pela natureza, cavernas com inscrições rupestres, essa é a terra dos índios Nambikwara e dos Parecis que lhe emprestam o nome.







Em 1907 o Marechal Cândido Rondon, patrono das comunicações, passou por essas terras para a instalação de linhas telegráficas. Em fins de 1914 Theodoro Roosevelt, o ex-presidente dos Estados Unidos, também esteve por estas terras durante uma viagem pela Amazônia em companhia do Marechal Rondon. Naquela época não existia ainda nenhuma cidade, que só foram surgindo com a extração da borracha.







O potencial turístico da região favorece o esporte de aventura. Para fomentar o turismo o governo da cidade tem desenvolvido um programa de competições.

Triatlo de revezamento e Corrida de aventura, além da instalação de alguns restaurantes, churrascarias, pizzarias, lanchonetes e pousadas, porém ainda sem sofisticação. 

Baseado nesse passado histórico, que foi preservado pelos camponeses, a cidade pretende promover um Rally refazendo os passos do pioneiro Marechal Rondon.









Devido à rotatividade da lavoura, em algumas épocas os campos se tingem de branco devido à produção de algodão. 

Em outras épocas os campos se cobrem de verde com a lavoura de soja e milho. Mas em meados do ano o amarelo toma conta das lavouras em Campo Novo do Parecis, que é o maior produtor de sementes de girassol do Brasil. 



O espetáculo oferecido pelo girassol, por seu formato e por ter a face sempre voltada para o sol, também simboliza a luz, o otimismo, a cordialidade e o crescimento, sendo considerada uma planta elevadora denominado alimento superior. Segundo especialistas, o girassol é uma alternativa simples e natural de cura da saúde. 

Ao contrário dos óleos comestíveis refinados de baixa qualidade, o Azeite de Girassol orgânico extra-virgem conserva todos os elementos nutritivos e as informações energéticas da planta. E quando prensado a frio e produzido por processos naturais, revela-se com uma qualidade luminosa visivelmente maior. 







Alguns dos mais belos rios da região passam pelas terras parecienses, como os rios Verde, do Sangue, Sacre, Papagaio, Sucuruína, Juruena e Cravari que são as principais águas formadoras da Bacia Amazônica. 

As águas cristalinas são essenciais para a prática de mergulho livre e além de várias cachoeiras, há ainda a opção de passeios por lugares históricos.






Com uma geografia privilegiada, margeando os rios é possível encontrar sítios arqueológicos e cavernas com inscrições rupestres, ainda não datadas e estudadas plenamente. Alguns percursos da Chapada podem ser percorridos à cavalo ou de bicicleta. 

O clima da região é quente e úmido e no verão as temperaturas são bastantes elevadas. Percursos mais distantes dependem de veículo com tração, pois há trechos críticos com lama e atoleiro. 







Nas proximidades de Campo Novo dos Parecis existem alguns balneários com área de camping, chalés, quiosques, churrasqueiras e restaurantes. O Balneário Rio Verde está a 15 km do centro e o Balneário Hawai a 53 km. 






Em outra direção, o Balneário Pilger está a 50 km. Com corredeiras, cachoeiras, cascatas e local para escaladas, por serem áreas de domínio particular é necessário pagar uma taxa de entrada. Mas o melhor é conhecer a Cidade de Pedra.





Cidade de Pedras

A uma distância de 75 Km do centro está a Cidade de Pedra com belíssimas formações rochosas que é considerada a Terra dos Mortos da nação Paresi. Eles acreditam que as formações rochosas são os locais de descanso das almas de seu povo, portanto um local sagrado para eles. 

Logo adiante a 5 km está a Ponte de Pedra, formada pela escavação fluvial feita naturalmente ao longo de milhares de anos. 

Situada na divisa de Campo Novo dos Parecis, São José do Rio Claro e Nova Maringá, a ponte passa sobre o caudaloso rio denominado Sucuruina, com grandes corredeiras e várias quedas d’água, sendo excelentes para raffting e trekking. 

As trilhas que seguem um longo percurso no entorno do rio, facilitam a contemplação de vários saltos e cascatas. 






Ao norte da cidade, estão as belas quedas de água: o Salto Belo a 74 km e o Salto Utiariti 96 km. O Salto Belo está próximo das aldeias Sacre II e Bacaiuval, sendo um divisor natural entre Campo Novo do Parecis e Brasnorte. 

A cachoeira é formada pelas águas limpas do rio Sacre, que despenca de uma altura de 45 metros em queda livre originando fortes corredeiras e onde também pode-se praticar rappel.






O Salto Utiariti é um dos mais bonitos e imponentes do Mato Grosso. Formado pelas águas do Rio Papagaio é divisor natural das cidades de Campo Novo do Parecis e Sapezal. 

Possui uma queda livre de quase 90 metros de altura, com grande extensão e volume de água. Para contemplá-lo frente a frente, faz-se necessário uma caminhada. 

O Utiariti é um dos lugares sagrados para o povo Paresi. Utia, quer dizer sábio e haliti, gente. Para os Paresi, Utiariti significa lugar de gente sábia. Há uma lenda que diz que os Utia era um povo à parte da nação Paresi, que fazia previsões do futuro e vivia em um lugar atrás da cachoeira. 







Um terço da cidade de Campo Novo do Parecis está em uma área indígena que é preservada pelos índios, sendo um pólo de estudos e pesquisas da fauna e flora típica do cerrado mato-grossense e de suas comunidades indígenas. Os Nam-bikwaras mantém essa região de mata praticamente intacta por mais de 80 anos.

A área indígena Quatro Cachoeiras, habitada pelos índios Paresi, está às margens do Rio Verde a aproximadamente 33 km da cidade. É onde encontra-se o monumento símbolo da passagem da tocha dos Jogos Pan Americanos. 

Este totem representou o intercambio cultural e o respeito às culturas. Os Parecis ficaram conhecidos internacionalmente pela realização dos I Jogos Indígenas de Mato Grosso. 

Sendo um local com potencial histórico, étnico, cultural e ecológico, as visitas às aldeias, às quedas d'água do Salto Belo, Salto Utiariti, a Cidade e a Ponte de Pedra que estão localizados em área indígena, são permitidas somente mediante autorização prévia e acompanhamento de guia local que conhece a região e pode prever os perigos dos locais.







Os povos indígenas Nambikwára, Iránxe, Salumã e Paresi são os habitantes mais antigos da região e que dominavam quase toda a Chapada dos Parecis, a grande planície que se estende do Mato Grosso a Rondônia. 

Do povo Paresi a cidade herdou o nome que também deu nome ao Planalto ou Chapada dos Parecis. Esses povos sobreviveram porque habitavam uma região que antigamente era desprezada por ser terra de má qualidade. 

Os Parecis são testemunhas do avanço das fronteiras do Brasil que passou por cima de ricas e antigas culturas. No século 17 os bandeirantes chegaram na região em busca de ouro, prata e pedras preciosas. 

A partir desta data foram chegando outros conquistadores e exploradores. Naquela época existiam muitos grupos de indígenas, com seus dialetos distintos e seus territórios. 

Atualmente restam apenas cerca de 2.000 Parecis em reservas espalhadas pelas regiões de Tangará da Serra, Pontes, Lacerda e Campo Novo do Parecis. São nessas terras indígenas, cercados por grandes latifúndios de soja e criações de gado, que os remanescentes do antigo Reino dos Parecis lutam para sobreviver. 



 



O dia-a-dia dos Parecis mistura facilidades modernas com tradições antigas que ainda resistem. As ocas feitas com palha de guabiroba e madeira da aroeira branca, continuam sendo eleitas como as moradias ideais, porque esquentam no frio e refrescam no calor. 

A fogueira está sempre acesa, durante o dia e à noite. Serve para secar bolos de massa de mandioca e os pedaços de carne que ficam pendurados em suportes de bambú. Também ilumina o ambiente e evita que a palha do telhado da oca se estrague com a umidade. As bicicletas ficam estacionadas ao lado das ocas.

Agasalhados com roupas e pés protegidos pelos chinelos, no interior das ocas rádios, relógios e outros acessórios modernos convivem com redes tecidas à mão feitas com algodão ou fibra de tucum. Utensílios de cozinha modernos são usados junto às cabaças onde são guardadas a chicha, uma bebida feita da mandioca. 

Fogão a gás existe, mas dizem que a comida boa é feita no fogão à lenha. Com uma horta comunitária, além de cereais como milho, arroz e feijão, no cardápio do índio não falta o bijú feito de massa de mandioca. Com eles há muito a aprender.


 
 


Enfeites são para festas e doenças são tratadas no posto de saúde. Mas há também "benzição" e cura com erva de mato feita pelos curandeiros. Dizem que afasta a "ruindade". Ícones sagrados como a Core, uma flecha que simboliza um espírito capaz de atender pedidos, é guardada próxima à fogueira. A Enoré é uma flauta mágica mantida separada numa oca. 

O mito de surgimento dos Parecis ainda é preservado. Dizem que na criação do mundo, os Parecis viviam debaixo da terra dentro de uma grande pedra. Caiu um raio do céu, bateu na rocha e ela se abriu. Dali saiu o povo Parecis para viver junto à natureza. 

As comunidades indígenas mantém suas tradições mas também buscam atualizar-se com a tecnologia. Muitas já tem acesso a celulares, câmeras de fotos, filmadoras, computadores e principalmente acesso a Internet, que tem sido importantes ferramentas para as comunidades indígenas trocarem informações entre si e se inserirem no mundo globalizado. Graças à tecnologia podemos conhecer sua cultura e participar de sua realidade. 





segunda-feira, 18 de junho de 2012

Piaçabuçu, no Delta do Rio Francisco






Entre os estados de Alagoas e Sergipe, o Rio São Francisco encontra com o mar formando um cenário de indescritível beleza. São 40 km de praias banhadas pelas águas verdes e cristalinas do Oceano Atlântico, sendo das mais extensas do Brasil. A areia fina forma belíssimas dunas que caracterizam a região.






Conhecida como Capital Alagoana das Palmeiras, Piaçabuçu tem origem indígena devido às piaçavas do lugar, uma planta muito utilizada para fabricar vassouras e significa Palmeira Grande. Esse era um lugar onde há muitos séculos viveram os perigosos e antropófagos índios Caetés.






Em meados dos anos 1600 tornou-se o lugar preferido dos viajantes que tinham que atravessar o caudaloso Rio São Francisco onde existiam duas ilhas, tornando a passagem menos perigosa. Assim surgiu em 1859 a cidade de Piaçabuçu no Delta do Rio São Francisco. 






A paz e tranquilidade do lugar são apaixonantes, além de inúmeras opções de passeios: trekking, parasail - um paraquedas ascendente rebocado por carro ou lancha, sandboard - descida de prancha nas dunas ou aventuras off road na Praia do Peba.






Uma das grandes sensações da cidade é fazer o tour no "Carcará", um bugre com dois andares, e lá de cima admirar as fazendas com imensos coqueiros e ouvir as histórias e lendas da região. Depois a proposta é seguir caminhando pela linda restinga, onde os guias reconhecem cada planta e suas características medicinais. 






Aos poucos a vegetação vai se descortinando e revela uma paisagem instigante. A foz do Rio São Francisco é um dos cenários mais bonitos do Brasil quando suas águas se encontram com o mar, um roteiro imperdível que pode ser feito a bordo de um superbuggy, jangada ou usufruindo do conforto de catamarã das agências de turismo.






Do cais de Piacabuçu partem barcos para um percurso de 50 minutos margeando o mangue, navegando por canais e serpenteando ilhas, algumas de mata exuberante. Há um ponto de apoio onde os barcos param e há venda de comidas, bebidas e artesanato.






Ilha da Fitinha de Moça: Conta-se que na primeira ilha uma moça namorava às escondidas um pescador vindo da cidade. Para avisar o namorado que seu bravo pai não estava em casa e o caminho estava livre, ela prendia uma fitinha colorida na palha do coqueiro à beira do rio. O costume acabou dando o nome ao lugar: Ilha da Fitinha de Moça.






Para ver o encontro das águas do rio com o mar caminha-se por um percurso de 30 minutos sobre uma areia fofa até o local. Ali só se ouve o barulho das ondas e o sopro do vento, um silêncio que atordoa e acalma os sentidos desacostumados com o sossego.

Para quem tem receio de fazer passeios de barco, há a opção de chegar de buggy até a foz do rio indo pela Praia do Ponta do Peba, mas somente quando a maré estiver baixa. Do Peba até a foz são 21 km, cerca de três horas de deslocamento entre ida e retorno. 






Praia do Cabeço: Do outro lado do rio pode-se ver a Praia do Cabeço em Brejo Grande. O Cabeço é um povoado que foi parcialmente engolido pelas águas do mar sendo um dos melhores locais para acampar. 

Dizem que as barragens construídas ao longo do rio frearam a força da vazão do rio e desequilibrou o refluxo fazendo a maré avançar sem parar engolindo as casas e a igreja do Bom Jesus.






Sem gentileza, o oceano mostrou sua força sobre as áreas costeiras. Há quem defenda que o desequilíbrio é uma tendência natural. Hoje resta apenas uma faixa de areia e o Farol do Cabeço, que já esteve em 1876 na praça central de Cabeço a mais de 1 km do mar.

Tal qual o povoado, o farol foi inundado e naufragado e já não cumpre mais seu destino de servir de guia para os navegadores marítimos que se aproximam da turbulenta foz do rio. Atualmente o farol é apenas um pêndulo torto a sinalizar a vitória do Oceano Atlântico. 






Mangues, dunas e coqueirais: O passeio pelas dunas douradas é especialmente agradável entre maio e setembro quando as chuvas formam pequenas lagoas e possibilitam um visual deslumbrante. Mas quem aprecia um bom tempo e belo céu azul, a melhor época é entre os meses de outubro e fevereiro.

Os mangues, as dunas e os coqueirais servem de cenário para a desova de tartarugas e para a passagem de aves migratórias. A área protegida na foz do São Francisco tem 11 km de praia oceânica deserta, entre o rio e o povoado costeiro do Pontal de Peba.

A tranquilidade é essencial para as três espécies de tartarugas marinhas que procuram periodicamente a região para desova. Por isso, embora seja permitido o acesso a essa região, há um limite de tempo de permanência. 







Praia do Peba: O litoral de Piaçabuçu possui duas extensas praias: a Praia de Pontal do Peba e a Praia do Peba com areia fina e dunas paralelas à praia. Numa parede arenosa quase vertical, deitados de bruços nas pranchas os mais ousados descem deslizando sobre as dunas até tocar as águas do lago de águas transparentes. É uma experiência incrível incentivada pelo guia que dá um show com sua técnica e gingado.

Uma dica para ter um passeio agradável, curtir o visual do local com muita adrenalina e sem incidentes é estar sempre acompanhado de um guia turístico. Eles conhecem a região, sabem onde ir, por onde passar e podem mensurar os perigos do local. Todo risco deve ser calculado. Carros comuns podem ficar atolados na areia fofa e estacionar em alguns locais há o risco de ter o carro inundado na hora da maré cheia. 






Pixaim: Muitas pessoas vão até a cidade em busca da foz do Rio São Francisco, mas certamente o passeio de barco pelo rio também proporciona passeios maravilhosos. Quem quiser fugir dos roteiros convencionais pode percorrer os canais do rio onde existem lugares fantásticos; um deles é Pixaim. 

Localizado numa área tomada por dunas amareladas, as poucas casas de Pixaim são de taipa e palha, só a Capela é de alvenaria. As lagoas e os coqueiros dão à vila um cenário de oásis. A comida é peixe, coco, caranguejo, cajú e murici. Não tem nada da vida moderna, mas tem toda a paz do mundo.






Camarão e Côco: O que não falta em Piaçabuçu é camarão e côco. Os coqueiros elevam a cidade à categoria de ser um grande produtor de côco. Em sânscrito, uma língua hindu, Coqueiro é Kalpavriksha ou Kalpataru que se traduz como “árvore que fornece todas as necessidades da vida”. De fato, do coqueiro tudo se aproveita.

Outro destaque são os camarões, que resultam do grande volume de material orgânico jogado no mar pelo Rio São Francisco que alimenta os pequenos crustáceos. A cidade tem o maior banco de camarão do nordeste, tornando-a um importante pólo pesqueiro. Por isso as delícias da gastronomia incluem camarão e côco, além da gostosa água de côco que refresca durante os passeios. 

E para quem gosta de festas, durante todo o ano realizam-se em Piaçabuçu numerosos eventos, entre eles as Festas Juninas e quadrilhas que acontecem em junho. Em outubro tem a Festa do padroeiro São Francisco de Borja, que é uma das mais animadas da cidade. Em setembro tem ao Festival da Pilombeta e em novembro a Gincana de Pesca de Arremesso que premia quem pesca o maior peixe e também a maior quantidade de peixes. 







Rio São Francisco: O Rio São Francisco é um dos mais importantes do Brasil. Nasce e atravessa todo o Estado de Minas Gerais, percorre sobre o Estado da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas e desagua no Oceano Atlântico. Historicamente descoberto em 1501 por Américo Vespúcio, o rio recebeu o nome de São Francisco em homenagem ao santo festejado neste dia, 04 de outubro.

Nas margens do São Francisco, pessoas, cargas e animais vão de barco de um lugar a outro. Barcos de todos os tipos salpicam as águas do rio com suas cores. O de passageiros é um tipo baixo, com cobertura e enormes janelas quase na linha d´água.

Como num terminal rodoviário, eles chegam e saem do em direção às diversas povoações ao longo do rio. A carga normalmente vai no teto da embarcação ou em canoas maiores e abertas. As canoas são movidas à vela mas com um detalhe, as velas são quadradas diferente das tradicionais velas triangulares.





Borboletas do São Francisco: Algumas canoas tem duas velas e são apelidadas de " borboletas do São Francisco", pois quando o vento sopra e as velas são abertas uma para cada lado, lembram asas de borboleta que colorem o rio com suas cores. A canoa típica é a Tolda, que além das velas possui uma pequena cobertura na frente onde o barqueiro dorme. 

Símbolo de vida para o sertão, o Rio São Francisco faz parte da cultura e da história de muitos lugares do Brasil. Em Piaçabuçu o rio reserva um grande espetáculo, porém o rio tem sido castigado pela ação do homem diminuindo a sua vazão e provocando desastrosos efeitos para o ecossistema que se torna visível na sua foz.






No século 16, a foz do São Francisco tinha 12 km de embocadura, hoje tem 1,5 km. Apesar dessa redução provocada pelo assoreamento, a beleza do estuário é preservada. Os desmatamentos e queimadas provocam a queda de barrancos que causam assoreamento do rio.

Muitas ilhas já estão formadas em seu percurso, comprometendo a navegação que já não é possível em certos trechos. Mas o maior desafio é reverter o impacto causado pelas barragens das usinas hidrelétricas que reduziram drasticamente a vazão das águas.

As represas representam muros intransponíveis para os peixes e causam impacto na continuidade das espécies que precisam da piracema para procriar. Esse fenômeno consiste em subir o rio na direção contrária à corrente.

É essa energia despendida na piracema que estimula a produção dos hormônios para a reprodução. Tendo servido de inspiração e ao imaginário de músicos e poetas, da abundante pesca no Velho Chico restam apenas lendas contadas na sinfonia solitária das prosas de um velho pescador...




Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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