segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Saquarema, a capital do Surf

Situada na chamada Região dos lagos no Rio de Janeiro, Saquarema é considerada a Capital do Surf. Conhecida como sede de competições nacionais e internacionais, as ondas perfeitas sediam provas do Circuito Mundial.
  




A cidade que recebe muitos turistas em suas casas de veraneio, tem todos os recursos de uma cidade grande mas ainda conserva as características de uma aldeia de pescadores, com muita simplicidade mas bastante acolhedora.





A Praia de Itaúna é a mais famosa e suas ondas são consideradas entre as melhores do Brasil além do mais lindo pôr-do-sol da região. Encima de um morro na Praia de Itaúna, a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré é o cartão postal da cidade e de onde se tem uma bela vista.





Há várias praias com ventos e condições favoráveis que conquistam surfistas profissionais e amadores. O surf é "O esporte" em Saquarema. Entre os picos mais disputados está Itaúna, com ondas que chegam a 3 m de altura. Quem não tem intimidade com a prancha pode aprender técnicas e manobras na Escola de Surf de Saquarema.

A paradisíaca Praia de Vilatur também tem ondas fortes, quiosques e casas de veraneio, estando próxima das lagoas e trilhas. A maior é a Praia de Massambaba que é quase deserta devido à precariedade de acesso por estrada de terra.  




Do alto da Serra do Matogrosso descortina-se a beleza da cidade que está situada entre as lagoas e o mar. A Lagoa de Saquarema está ligada ao mar por um canal. A Lagoa de Jaconé situa-se ao norte próxima à Praia do Jaconé.



A área de Proteção Ambiental de Massambaba, a 16 km do centro, foi criada para proteger o ecossistema da Lagoa de Jacarepiá, a única lagoa de água doce próxima ao mar. A Lagoa Vermelha, na verdade são três lagoas ligadas por um canal possuindo aguas medicinais.





O paraíso do surf é também a terra do vôlei. Em Saquarema está o Centro de Desenvolvimento do Voleibol coordenado pela CVB. Com um enorme espaço entre o mar e a lagoa, alojamentos e uma estrutura completa é destinada à formação e treinamento de atletas, com quadras de vôlei de praia, ginásio, piscinas e salas de musculação. O Museu do Vôlei também funciona no complexo e guarda troféus, medalhas, fotos e camisas oficiais.





Além de mar, Saquarema tem várias trilhas, serras e cachoeiras. As 6 cachoeiras do Roncador estão localizadas no distrito de Sampaio Corrêa que tem trilhas em clima de montanha. A trilha que leva ao Alto Tinguí termina numa cachoeira que forma tobogãs naturais em pedra.




Mais adiante está uma lagoa de água mineral. São cerca de 8 km de trilha muito íngreme com vários despenhadeiros. Do alto da trilha, tem-se a vista do mar, das lagoas, de Sampaio Corrêa, Jaconé e Saquarema.







A rampa de voo livre de Sampaio Correa, localizada na Serra do Mato Grosso, é considerada uma das melhores do Brasil onde funciona também uma Escola de voo livre e voo duplo. Do alto se tem uma vista panorâmica das serras e do mar.




Várias fazendas oferecem passeios na fazenda, acompanhamento de ordenha e passeios a cavalo.
No sitio Pesque Pague o divertimento é a pescaria se bem que se pode pescar nas lagoas de Saquarema e Jaconé e também na laje da Praia de Itaúna. Mas se o objetivo é descansar sem andar muito, o Tour Ecológico de Bugre leva grupos a passear por toda a cidade.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Teresópolis, a capital do alpinismo no Brasil



Teresópolis, a cidade mais alta das serras fluminenses no Rio de Janeiro, situa-se na Serra dos Órgãos cercada de lindas paisagens, rios, cascatas e flores, além do Parque dos Três Picos. Por suas formações montanhosas, Teresópolis é considerada a capital do alpinismo e montanhismo no Brasil,atraindo muitos turistas, esportistas e aventureiros que apreciam trilhas. Ecoturismo e esportes radicais é a cara de Teresópolis.





O Pórtico da cidade é chamado por muitos de Portal do Paraíso, isso porque consideram que a cidade é abençoada pelo Dedo de Deus. Devido à sua altitude, Teresópolis tem uma temperatura média de 16ºC e já chegou a (-) 4ºC no inverno, tornando-se ideal para quem gosta de curtir o frio seco das montanhas durante o inverno ou um verão com o ar fresco.

O nome da cidade que significa Cidade de Teresa - Teresópolis - foi uma homenagem à Imperatriz Dona Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro II da época do Império. Por ter um clima e paisagem similar aos da Europa, a família imperial elegeu a região serrana como um refúgio aconchegante para os períodos de férias, tornando também o local preferido da aristocracia, dos nobres e de ricos comerciantes naquela época.


Construções históricas como o Palácio Teresa Cristina e o Palacete Granado são resquícios do passado imperial. As palmeiras imperiais de até 500 metros de altura é um marco da paisagem da cidade. No entanto, mais do que história, Teresópolis é um recanto preferido para quem gosta de conviver com a natureza.










Paraíso dos alpinistas e montanhistas, o pico mais famoso é o Dedo de Deus apontando para o céu com quase 1.650 metros de altitude. Porém o ponto mais alto é a Pedra do Sino com 2.263 metros, a Pedra do Açu com 2.230 metros, a Agulha do Diabo com 2.020 metros, a Verruga do Frade com quase 2.000 metros, a Pedra do Ermitage com 1.485 metros, o Dedo de Nossa Senhora com 1.320 metros e outros.

Em Teresópolis existem muitas escolas e instrutores de alpinismo, além de guias experientes. A travessia de 30 km entre Teresópolis-Petrópolis, que atravessa a mata e as montanhas da região, é considerada a caminhada de longo curso mais bonita do Brasil. Muitos alpinistas dessa região ganharam fama internacional, como Mozart Catão, um dos maiores esportistas de alpinismo do Brasil que foi o primeiro brasileiro a conquistar o Everest.








O Parque da Serra dos Órgãos abre a temporada de montanhismo de maio a setembro para montanhistas vindos de todas as partes do mundo. O nome do parque deriva da semelhança dos picos da serra com os tubos em tamanhos diferenciados de órgãos de igreja, derivando daí o nome Serra dos Órgãos. De topografia acidentada, grandes desníveis e altitudes que variam entre 1.000 a 2.000 metros, o ponto culminante é a Pedra do Sino.

O circuito turístico da estrada Teresópolis/Friburgo, conhecido como Terê-Fri, dá acesso aos Três Picos. A Pedra da Tartaruga, que tem uma formação similar a uma tartaruga, está entre as trilhas de Teresópolis. Do seu cume avista-se parte da Serra dos Órgãos incluindo a Mulher de Pedra, os Três Picos e outros. O local é ideal para a prática de Rappel e muitos jipeiros se encontram por ali. Das famosas montanhas Torres do Bomsucesso também se tem uma bela vista.





Capital dos esportes radicais, na cidade está a entrada principal do Parque da Serra dos Órgãos, com muitas trilhas de terra e trilhas suspensas, belas cachoeiras e piscinas naturais atraindo também muita gente interessada em praticar cavalgadas, arvorismo, mountain bike, trail, aventuras, expedições, caminhadas ecológicas, passeios a cavalo, em jeeps e micro-ônibus.

Do Mirante Soberbo, no trevo de entrada para Teresópolis, em dias claros avista-se o Grande Rio, a Baía de Guanabara, a Baixada Fluminense, o pico Dedo de Deus, o pico do Escalavrado, a Boca do Peixe e outros pontos da Serra dos Órgãos. No alto do morro da Fazendinha está localizada a Colina dos Mirantes, de onde pode-se ver grande parte da cidade e do maciço da Serra dos Órgãos. Na Serra do Subaio na zona rural também existem várias trilhas, montanhas e cachoeiras.







A
s cascatas são as opções de verão. A Cascata dos Amores tem piscina natural própria para nadar. A Cascata do Imbui tem uma queda de 20 metros de altura e suas águas se precipitam em corredeiras. No Vale dos Frades, o Morro dos Cabritos serve para escaladas e a Cachoeira dos Frades tem uma queda de 10 metros de altura com grande volume de água. É uma piscina natural com fundo de areia e águas transparentes é a mais frequentada por banhistas além das areias brancas das margens.

Um esporte muito praticado em Teresópolis é a equitação. Há pistas de areia, de grama e pistas para treinamento de velocidade, além de doma e hospedagem para cavalos. Sendo uma área montanhosa e com trilhas, muitas pessoas apreciam as cavalgadas pelas trilhas.

Os professores de equitação ministram diversos cursos e acompanham os alunos nas cavalgadas.
Considerado um esporte radical, a equitação também envolve riscos mas é uma aventura que mistura audácia e a sensação de transgressão de limites, uma característica marcante de Teresópolis.





Mas o maior orgulho de Teresópolis é sediar a CBF - Confederação Brasileira de Futebol utilizada para treinos da Seleção Brasileira de Futebol. Além de ser um dos mais modernos centros de treinamento de atletas do mundo, a área é cercada por belas paisagens de um dos bairros mais belos e charmosos da cidade, a Granja Comary e o grande Lago Comary. Apesar do acesso restrito, em dias de treino da seleção os torcedores lotam as imediações do campo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Petrópolis, a Cidade Imperial



No topo da Serra da Estrela, Petrópolis ostenta o título de Cidade Imperial. Devido ao seu clima ameno, que contrasta com o calor do Rio de Janeiro, tornou-se uma estância de veraneio desde a época do Império. Seus palácios e casarões no Centro histórico recontam uma época da história do Brasil. As charretes que levam os turistas para passear entre os casarões antigos, emprestam um ar bucólico à maior cidade da Região Serrana do Rio de Janeiro.

Na época do Império, a região de Petrópolis era desconhecida dos colonizadores portugueses devido a um enorme
paredão de rochas de 1.000 metros de altura e aos índios Coroados que habitavam a região e eram conhecidos por sua ferocidade.

Quando foram descobertas as minas de ouro em Minas Gerais o caminho até o Rio de Janeiro era longo e de
difícil acesso. Saindo de Minas ia até a Serra do Mar, passava por São Paulo, Paraty e enfim o Rio de Janeiro. A viagem demorava em torno de 100 dias, por isso foi criado um novo caminho em 1704 chamado Estrada Real.


Região Serrana


Rua do Imperador


Universidade Católica

O Caminho Novo era apenas pequenas trilhas abertas pelo bandeirantes que se embrenhavam nos sertões em busca de
ouro e pedras preciosas mas que reduzia o tempo da viagem até o Rio de Janeiro para menos de 30 dias. O problema é que a subida do paredão da Serra do Mar em Xerém era muito íngreme o que fazia com que mulas e pessoas rolassem ribanceira abaixo. E assim criou-se uma variante onde surgiria Petrópolis.

Esse caminho novo ligando o interior ao litoral foi sendo ocupado por fazendas e ranchos, uma delas a Fazenda do
Padre Correia em Córrego Novo. A casa da fazenda era enorme com varanda na frente onde o Imperador D. Pedro I esteve muitas vezes. Encantado com a exuberância e clima do local, D. Pedro I adquiriu nas imediações uma propriedade para o tratamento de saúde de sua filha de 5 anos que recuperou a saúde vivendo naquele local.


Monumento Pedro II

Os palácios de verão eram uma tradição das monarquias européias. E, por receber muitas visitas da Europa, não acostumadas ao calor do Rio de Janeiro, Dom Pedro I pensou em construir um palácio de verão na serra, o Palácio Concórdia. Porém a obra não foi realizada visto que o Imperador abdicou do trono a favor de seu filho Dom Pedro II e retornou a Portugal.

Aos 18 anos o Imperador Dom Pedro II casou-se com Dona Tereza Cristina de Bourbon que veio de Caserta na Itália. No Brasil a Família Imperial passava seus verões no Convento Jesuíta de Sta Cruz do Rio de Janeiro tentando sem sucesso se livrar do calor do clima de São Cristóvão. Porém o filho de 2 anos do Imperador apareceu morto em seu berço. O monarca ficou desolado e tomou horror pelo Convento, decidindo nunca mais voltar ali.







Pouco tempo depois D. Pedro II e a Imperatriz foram à fazenda em Córrego Novo. O plano urbanístico para Petrópolis era complexo porque a cidade deveria ser levantada entre montanhas, aproveitando o curso dos rios. No entanto, o construtor inverteu o antigo estilo colonial português de construir as casas com o fundo para os rios, que eram utilizados apenas como esgoto como na maioria das cidades. Aproveitando cursos de água, foram traçadas as ruas e avenidas com grande preocupação em preservar a natureza.

A partir de 1837 inúmeras famílias de imigrantes alemães chegaram para trabalhar nas obras da estrada Rio-Petrópolis
e construíram suas casas. Em homenagem a eles foram dados nomes a algumas regiões e quarteirões. O progresso dos colonos alemães dinamizou Petrópolis, contribuindo para o seu desenvolvimento. O seu trabalho e a sua lembrança fazem parte da cidade. Logo depois vieram outros imigrantes portugueses, franceses, italianos, ingleses, suiços, belgas e libaneses.









D. Pedro II e sua esposa Teresa Cristina mantinham constante presença em Petrópolis atraindo a aristoracia, nobres, intelectuais, políticos e ricos comerciantes para a cidade. Cada um construía seu palacete com maior requinte.

Muitos
desses palacetes que atualmente fazem parte do Patrimônio Arquitetônico, serviram de moradia ou casa de verão a personalidades ilustres como a Casa da Princesa Isabel, Casa de Santos Dumont, Casa do Barão e Visconde do Arinos, Casa do Barão e Visconde de Mauá, Casa de Rui Barbosa, Casa do Visconde de Caeté, Castelo do Barão de Itaipava e outros.





A casa que pertenceu à Princesa Isabel e ao seu marido Conde d'Eu foi construída em 1853. Diz a lenda que o requinte das habitações de toda a vizinhança é resultado de ordens expressas da princesa, que só aceitava novas construções se fossem tão belas quanto a sua casa.

O Conde d'Eu também tinha suas excentricidades: encomendou da França em 1884 o Palácio de Cristal, uma estrutura
de ferro pré-moldado com janelas de cristal e lustres iguais aos do Palácio de Versalles para exposição de flores e pássaros. Ainda hoje é um espaço destinado a exposições e eventos.







A excentricidade de Santos Dumont pode ser conferida em uma casinha onde morou; o primeiro degrau só pode ser pisado com o pé direito. Esse lugar onde o inventor passava suas férias tornou-se um museu com cartas, fotos, objetos pessoais e uma estranha engenhoca que o inventor desenvolveu para tomar banho quente no frio da serra: um chuveiro a álcool.

Na casa que pertenceu ao Barão de Mauá após a sala com móveis antigos há uma espécie de jardim de inverno com uma tecnologia da época. Os vidros no alto do cômodo podem ser abertos e fechados por manivelas para regular a entrada de ar e de sol no ambiente.

Erguida nos anos de 1880, a Casa do Ipiranga também conhecida como Casa dos Sete Erros, foi uma mansão do financista José Tavares que idealizou o projeto. A casa se tornou atração turística devido às diferenças entre seus telhados e janelas, uma contestação ao estilo clássico. Foi a primeira residência em Petrópolis a ter luz elétrica em 1896.









Petrópolis tornou-se a Capital do Império em 1847 com a mudança de toda a corte. Tendo governado por 49 anos, pelo menos durante 40 verões Dom Pedro II permaneceu em Petrópolis por cinco meses. Nos últimos anos do império, os médicos mantinham D. Pedro II em Petrópolis para tratar de diabetes e foi onde ele recebeu a notícia do exílio da Família Imperial.

O símbolo da cidade é o Palácio Imperial onde funciona o Museu Imperial. É a principal construção do Centro Histórico
ladeada por casarões e palacetes, perpendicular à Catedral de São Pedro de Alcântara, complementada pela Praça Ruy Barbosa e a Universidade. É um dos cenários mais belos da cidade. O Museu Imperial expõe peças ligadas à monarquia brasileira, mobiliário, documentos, obras de arte, joias imperiais e objetos pessoais da família imperial.





O entorno do Palácio Imperial era reservado para moradia de fidalgos e empregados do palácio. O Palácio Rio Negro foi construído pelo Barão do Rio Negro em 1889 e passou a ser destinado à residência de verão do Presidente da República.

O Palácio Amarelo funciona a Câmara Municipal e o Palácio do Grão-Pará, que na época do Império destinava-se à
camareiras da família real, tornou-se residência dos descendentes da Princesa Isabel de Bragança que ainda hoje ocupam o palácio.



Nos anos seguintes muitos Presidentes da República e grandes personalidades mantiveram o ambiente culto, aristocrático e refinado na cidade onde passavam o verão. Essa nova corte mudou a cidade. O suntuoso Hotel-Cassino Quitandinha aberto em 1944 atraía muitos hóspedes internacionais. Porém, com a proibição legal do jogo no Brasil, o hotel perdeu o esplendor sendo hoje conhecido como Palácio Quitandinha.

Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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