sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vitória, a capital sobre 34 ilhas




O Estado do Espírito Santo recebeu esse nome devido à coincidência da chegada de uma caravela vinda de Portugal exatamente no dia em que se comemorava o fim da festa religiosa do Divino Espírito Santo em 23 de maio de 1551. Na época, devido aos constantes ataques e hostilidades dos indígenas, de corsários franceses e holandeses na capital Vila Velha, os portugueses que dominavam o Brasil naquela época decidiram mudar a capital e escolheram uma ilha que era próxima ao continente.


 







Fundada em 1551, Vitória é uma das cidades mais antigas do Brasil. Chamada pelos indígenas de Guanaani, os portugueses deram à ilha o nome de Vila Nova do Espírito Santo. Posteriormente passou a ser chamada de Vitória, quando os portugueses conseguiram a vitória numa batalha contra os índios Goitacases.  

Na época da construção da cidade, as partes altas deram origem a diversas ruas estreitas. Na parte baixa, por estar mais sujeita a ataques, foram construídas várias fortalezas à beira do mar entre elas, o Forte São João.



 





A ilha era muito isolada e por isso foram feitos diversos aterros na parte baixa alterando e modernizando a ilha. Isso deu origem a vários bairros e à construção da ponte que liga a ilha ao continente. A modernização da ilha tomou os espaços antigos da época colonial.

Na verdade Vitória é um arquipélago composto de 34 ilhas e uma parte do continente, que forma a região metropolitana: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Guarapari e Fundão.


Foram os aterros que deram origem às largas avenidas e ao porto que se tornou o maior centro do Espírito Santo. Em Vitória estão dois grandes portos considerados os melhores do Brasil: Porto de Vitória e Porto de Tubarão.







Palácio Anchieta: Algumas construções antigas ainda existem na cidade, como antigos casarios, palácios e monumentos. Uma delas é o Palácio Anchieta, que teve início em 1587 quando o jesuíta José de Anchieta construiu a primeira parte de um colégio na praça.

Durante os 200 anos seguintes foram acrescentadas novas alas até se tornar o Palácio do Governo em 1798. Quase 100 anos depois foi construída uma escadaria na ladeira de acesso ao Cais do Imperador, melhorando a ligação entre o porto e o edifício.

Após uma ampla restauração, foram recuperados vestígios de todas a fases históricas do palácio, que atualmente contém salas especialmente montadas para contar sua história ao longo de quatro séculos.






Teatros: Dentre os teatros de Vitória, o grande Theatro Carlos Gomes é uma das construções mais significativas de Vitória. Inaugurado em 1927, a construção em estilo eclético teve seu projeto arquitetônico em formato de ferradura inspirado nos teatros italianos.
O teto do teatro contém uma bela pintura feita por Homero Massena, que inspirou-se nos grandes mestres da música e em instrumentos musicais para compor o cenário. A fachada principal contém esculturas que fazem menção às artes e o busto do músico brasileiro Carlos Gomes ocupa o ponto central.



Museu da Vale: O Museu da Vale funciona em uma antiga estação ferroviária em Vila Velha. Uma das salas do museu contém a memória de uma linha de trem, onde correm miniaturas de locomotivas em meio a paisagem de morros e matas cuidadosamente reproduzidas. Quem se empolga com a memória das ferrovias brasileiras, encontra os primeiros anos do século 20 narrados em fotografias e objetos.

A estação construída em 1927 passou a ser chamada de Estação Pedro Nolasco em homenagem ao engenheiro responsável pela construção da estrada de ferro Vitória a Minas. O museu preserva uma locomotiva a vapor de 1945, que foi uma das últimas Maria-Fumaça compradas pela empresa. Situada no pátio externo da estação, existem também dois vagões de passageiros que permitem uma viagem no tempo. O charmoso Café do museu funciona dentro de um antigo vagão. 







Catedral: A Catedral Metropolitana é um símbolo histórico de Vitória. Construída em 1920 no local onde havia uma antiga igreja, foi inspirada na Catedral de Colônia na Alemanha e demorou 50 anos para sua conclusão. Situada na Cidade Alta, tem em destaque por sua arquitetura neogótica de torres pontiagudas e belos vitrais.

Ainda pode-se encontrar na Cidade Alta a Igreja de São Gonçalo e a antiga Igreja de Santa Luzia, que foi construída em meados do século 14 e é uma das mais antigas da cidade. Também é nessa parte da cidade que estão o Convento de São Francisco e o Convento Nossa Senhora do Monte do Carmo que foi inaugurado no ano de 1682. A Capela do Carmo faz parte desse convento.




Santuário Santo Antonio: Situado no alto de uma colina, o Santuário de Santo Antônio é um dos templos católicos mais belos do Brasil. Sua construção é uma réplica de uma igreja da cidade de Todi na Itália, tendo belas cúpulas que se destacam na paisagem. O acesso é feito através de uma escadaria de pedra. 




Convento da Penha/Vila Velha: Considerado como cartão postal da cidade, o Convento da Penha se destaca no alto. Com seus mais de 500 anos de história, é um dos santuários mais antigos do Brasil que oferece uma das mais belas paisagens de Vitória e de Vila Velha.

O culto à Nossa Senhora da Penha teve início na Europa, depois que várias pessoas atribuiram milagres à santa. Até mesmo o rei de Portugal Dom Sebastião mandou erguer uma capela em louvor à santa depois de ter sido curado de uma grave doença. No Brasil a devoção chegou através de Frei Pedro Palácios, que em 1558 chegou no Brasil e se abrigou numa gruta de pedras hoje conhecida a Gruta de Frei Pedro Palácios.





Segundo a tradição popular, Frei Pedro Palácios tinha um painel de Nossa Senhora das Alegrias que desapareceu misteriosamente. Depois de longa procura, ele encontrou o painel no alto do penhasco. Tendo recolocado o painel em seu lugar, o fato se repetiu por mais duas vezes.

O frei entendeu que era a vontade da santa e deu início à construção da ermida no cume do rochedo em 1569. Durante as obras uma fonte surgiu, tendo se estancado depois que as obras terminaram.

Ao longo dos anos a capela foi sendo ampliada em várias etapas, tendo hoje outras construções. O destaque do convento pertence às pinturas de Nossa Senhora. A que foi trazida por Frei Pedro Palácios em 1558 é considerada a pintura a óleo sobre tela mais antiga das Américas. Há inúmeras outras telas que ornamentam os corredores da Igreja.


Ladeira da Penitência


A Ladeira da Penitência, que é a via de acesso para pedestres, é também conhecida como a Ladeira das Sete voltas ou das Sete Alegrias de Nossa Senhora. A ladeira que serpenteia o morro tem alguns recantos lindos que servem para meditação ao longo de seus 457 metros de extensão. O nome da ladeira deve-se ao seu acentuado declive e ao calçamento feito de pedras que exige muito esforço na subida.

O Museu Nossa Senhora da Penha mantém uma coleção de objetos que fazem parte do acervo histórico do Convento e documentam sua história. Ainda se pode ver as ruinas da senzala dos escravos que trabalharam nas obras do convento.

Segundo historiadores, na época haviam centenas de escravos mais do que em qualquer outro lugar. Foi graças à mão-de-obra escrava que os franciscanos puderam realizar muitas das grandes obras do santuário e do seu entorno. O reflorestamento em 1970 permitiu que muitas árvores crescessem e passassem a dar realce ao branco das paredes do convento no alto do morro.


Fábrica de Bombons Garoto

Fábrica de bombons Garoto:  Em Vila Velha está o fábrica de chocolates Garoto, que foi fundada por um imigrante alemão em 1929 na Prainha. Instalada no bairro Glória desde 1936, a visita à fábrica de chocolates faz parte do roteiro turístico da cidade, que permite visitar as áreas de produção de chocolates e fazer uma breve degustação e comprar chocolates exclusivos na lojinha.

 




Praias: Cercada pelo mar, a região de Vitória tem muitas praias, morros, lagoas e cachoeiras. A praia principal é Camburi e as praias da Costa e de Itapoã são as mais próximas do centro da cidade.

No final da Praia da Costa estão concentrados os bares mais badalados e também o Morro do Moreno com 274 metros e altura, repleto de aventuras para quem gosta de fazer trilhas e voo livre. O caminho até o topo revela fontes de água mineral e uma belíssima vista para as cidades de Vitória e Vila Velha.








Algumas praias possuem ondas fortes e são mais frequentadas. Outras são de ondas calmas são mais tranquilas. Existem aquelas que são totalmente desertas, como Três praias que depende de uma boa caminhada para chegar até lá.

Guarapari é uma cidade próxima a Vitória que tem as mais famosas praias do litoral. A maior é a Praia do Morro e a Praia das Castanheiras é conhecida por suas árvores que dão sombra natural na praia. Em Guarapari a vida noturna se agita, com suas casas de shows, boates e bares.





Nas Ilhas Rasas, Ilha Escalvada e as Três Ilhas é para onde vão os mergulhadores iniciantes e experientes. E quem vai a Vitória não perde o passeio de escuna pelo Rio Piraqueaçu, que parte do Balneário de Santa Cruz e sobe o rio onde tem cinco aldeias indígenas que vendem artesanatos.

A Lagoa Juparanã é a maior lagoa do Brasil em volume de água e o Complexo Lacustre de Linhares é o maior da America Latina, com 64 lagoas permanentes e 5 que aparecem somente na época das chuvas. Nas regiões próximas estão as belas cachoeiras.





 
O centro da gastronomia típica capixaba é a Ilha das Caieiras, à beira do mangue de Vitória na região de São Pedro. É lá que se encontram as desfiadeiras de siri e uma das mais belas vistas para o mangue da cidade e seus barcos de pesca. A Barra do Jucu é um ótimo ambiente praiano e a vila de pescadores preserva características bucólicas e folclóricas. É o reduto das bandas de congo.






Mercado: O Mercado da Capixaba é o centro de artesanato da área central de Vitória, onde se encontra produtos da terra e as famosas panelas de barro de Goiabeiras que, além de serem vendidas aos turistas, são elas que dão o sabor especial à comida capixaba.






Culinária: Vitória tem uma culinária para todos os gostos, mas a culinária capixaba é famosa com sua famosa Muqueca e a Torta capixaba de frutos do mar. E quem vai à praia não resiste ao peroá frito com farinha de milho, bolinho de mandioca recheado e as batidinhas de frutas. Tudo de dar água na boca...









Nenhum comentário:

Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

Seguidores