quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mata de São João, a polinésia brasileira



Mata de São João, a 80 quilômetros de Salvador na direção norte do estado da Bahia, além de ser um dos mais belos destinos turísticos do Brasil também tem inúmeras curiosidades. A cidade é voltada à preservação de suas belezas naturais e a hospitalidade é o ponto alto da cidade. São quilômetros de lindas praias para quem busca refúgios ecológicos em um ambiente que possui infra-estrutura moderna com ótimos hoteis, lindas pousadas e excelentes resorts.



Conhecida como a Polinésia brasileira, em Mata de São João está situada a famosa Costa do Sauípe, um paraíso repleto de coqueirais com areia muito branca e ondas cristalinas. Situado numa enorme área de preservação ambiental, são 1.700.000 km quadrados de pura mordomia em um cenário naturalmente deslumbrante.











A badalada Praia do Forte é onde acontecem os melhores eventos durante o dia e tem agitada vida noturna. O eixo principal do vilarejo é a Alameda do Sol, que concentra restaurantes e várias lojas. As ruazinhas transversais escondem verdadeiras galerias de arte a céu aberto e algumas são batizadas com nomes pitorescos: Beco do Boneco Mole, Beco do Zéu e Beco de Dona Titico, entre outros. Num amplo terreno está o Bar do Souza, o point noturno onde tem destaque os bolinhos de peixe e as caipirinhas feitas com frutas da terra. Mas a atração principal é o forró ao vivo nos fins de semana.





Na Costa dos Coqueiros está a belíssima Praia do Imbassaí. Os 6 km de praias são margeados por dunas elevadas que escondem o Rio Imbassaí, famoso na região por proporcionar um banho refrescante de água doce. As barracas estão localizadas na faixa de areia entre a praia e o rio. Só é possível acessar a praia caminhando pois o rio forma uma barreira natural para veículos. O Mirante de Imbassaí tem uma vista panorâmica para os cordões de dunas e as baixadas, com seus coqueirais e restinga e o mar ao fundo.









A praia do Diogo tem dunas, coqueirais e uma grande extensão de areia. Na Vila de Diogo estão as mulheres trançadeiras da palha piaçava, arte que herdaram das índias tupinambás para produzir cestas, bolsas, esteiras e diversos utensílios. É uma tradição centenária que pode ser conhecida acompanhando a colheita da piaçava na mata, o processo de tingimento da fibra e o trançado.

Da Vila do Diogo, caminhando sobre as dunas, descortina-se um pitoresco povoado que circula a paradisíaca Praia de Santo Antonio, de mar aberto e ondas fortes. Dizem que em Mata de São João foi plantado um dos cinco primeiros pés de coco-da-baía no Brasil no século 16, provavelmente trazidos da Polinésia. Também dizem que as primeiras manifestações do espiritismo no Brasil ocorreram em Mata de São João em 1845.





O melhor do litoral são as piscinas naturais, formadas pelos recifes junto à areia. As mais famosas são as conhecidas como Papa Gente. É ali perto que está o Projeto Tamar que tem sede na Praia do Forte, voltado à preservação das tartarugas marinhas. Na sede, o visitante pode observar os diversos tanques que servem de abrigo e reprodução controlada da espécie, conhecer os ninhos de desova e aprender mais sobre as tartarugas marinhas com palestras e vídeos. As tartarugas são um símbolo da região.

O local tem galerias de fotos, textos informativos e um pequeno museu com acervos arqueológicos, incluindo o maior esqueleto de tartaruga encontrado no litoral baiano. O melhor período para visitar o projeto é entre setembro e março, quando as fêmeas procuram as praias para desova. O litoral baiano é uma das regiões onde existe um dos maiores índices de desovas de tartarugas marinhas no mundo.





A Reserva particular da Mata Atlântica de Sapiranga, a quase 6 km de Praia do Forte, é uma reserva preservada com raros exemplares da fauna e da flora. Mico-estrela, tamanduá, inúmeras espécies de pássaros, orquídeas e bromélias marcam as 8 opções de trilhas sinalizadas para quem percorre a cavalo, de bicicleta ou a pé. O Centro de Apoio orienta sobre as trilhas que só podem ser feitas com calça comprida, tênis e se recomenda usar repelente.

A trilha da Gameleira dá acesso a esta árvore sagrada do candomblé e que serve de habitat ao bicho-preguiça. A trilha da Espera era um ponto favorito de caça, mas hoje é proibida a caça na área. A trilha da Correderia ou Tapagem dá acesso às corredeiras do Rio Pojuca rodeado de ilhas fluviais e árvores. Na trilha das Sete Pontes, os nativos coletam o pescado nos tradicionais "jiquis" que são armadilhas feitas de cipó.

Na trilha da Gamboa, as águas do Rio Pojuca é um convite para mergulhar nas águas em meio à Floresta Atlântica, o habitat natural de micos, bichos-preguiças, tamanduás e lontras. A trilha das Bromélias leva até um lindo jardim, repleto de bromélias e à nascente do Rio Sapiranga, que dá nome à Reserva. Há, ainda, a trilha da Roça, passando pelos cultivos de subsistência da comunidade local.







Quando Garcia D'Avila chegou ali em 1551 construiu uma estratégica fortaleza do Castelo que recebeu o nome de Casa da Torre. O Castelo foi construído no ponto mais alto do litoral baiano, na enseada de Tatuapara, hoje conhecida como Praia do Forte e é considerada a 1a. grande edificação portuguesa construída no Brasil, sendo o único castelo em estilo medieval construído na América.

No passado, foi o maior latifúndio do mundo. As propriedades dos Avilas abrangiam da Bahia até o Maranhão, com uma área de 800.000 km quadrados, correspondendo a 10% do território brasileiro. O conjunto residencial-militar compreendia o Castelo com sua torre e anexos, a fortaleza e o Porto Açu. Gutemberg é um nativo que herdou do pai a profissão de guia. Em traje português da época ele conta a história de Garcia d’Ávila, do castelo medieval, suas lendas e curiosidades enquanto os turistas apreciam um café regional, com beijus, doces e biscoitos da região.

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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