segunda-feira, 18 de julho de 2011

Campo Grande, porta para o Pantanal



Capital do Estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande está em meio a uma extensa área verde, com ruas e avenidas arborizadas e muitos jardins que enfeitam as praças e ruas. Devido à cor roxa ou vermelha de sua terra, é chamada de Cidade Morena. Localizada em um planalto, é possível ver os limites da linha do horizonte ao fundo de qualquer paisagem, o que torna a cidade encantadora de qualquer ponto.





Campo Grande é uma das opções por onde começa a aventura turística para conhecer o Pantanal, um dos maiores
espetáculos do mundo. O Trem do Pantanal, atualmente conhecido também por Pantanal Express, é um serviço de trem de passageiros de longo percurso que liga Campo Grande - Aquidauana - Miranda. O trem de 8 vagões com três categorias executiva, turística e econômica, com ar condicionado, poltronas e janelas panorâmicas, vagão-restaurante e um carro varanda com lanchonete para contemplação do Pantanal parte aos sábados e domingos.











A viagem dura 7 a 8 horas e o trem corre lentamente para os passageiros curtirem a paisagem. Viajando a uma velocidade entre 30–40 km/h, tem uma parada para almoço em Aquidauana e termina em Miranda no fim da tarde. O trecho restante até Corumbá ainda será reinaugurado no primeiro semestre de 2011.

Corumbá é chamada de Capital do Pantanal porque 70% de seu território é ocupado pelo Pantanal. O trem que tem capacidade total para 280 passageiros é um dos passeios mais interessantes de Campo Grande, assim como é inesquecível ouvir o toque do berrante, um instrumento característico usado pelo pantaneiro.





A cidade está sobre o Aquífero Guarani, a segunda maior reserva subterrânea de água doce do mundo. A primeira reserva é o Aquifero Alter do Chão na região do Amazonas, Pará e Amapá. Cientistas afirmam que a vasta reserva subterrânea pode fornecer água potável ao mundo por 200 anos. Devido a uma possível falta de água potável no planeta que começaria em vinte anos, este recurso natural está sendo politizado, tornando-se o controle do Aquífero Guarani cada vez mais controverso.



Com inúmeros parques na cidade, o Parque das Nações Indígenas é considerado o maior parque urbano do mundo, com uma extensão de 119 hectares e uma completa infraestrutura para esporte e lazer. Com um grande lago formado próximo à nascente do córrego Prosa, é um local onde também acontecem shows e apresentações. Com muita área verde, o parque tem inúmeras árvores ornamentais e outras que dependem de preservação.





O Parque dos Poderes concentra os prédios da administração estadual em meio a um ambiente totalmente verde. O
Parque Estadual do Prosa, anexo Parque dos Poderes, tem em seu interior a nascente do rio Prosa. Neste parque está o CRAS - Centro de Reabilitação de Animais Silvestres que já reabilitou milhares de animais, entre eles espécies distintas além de proteger os remanescentes do cerrado em seu interior. O Palácio das Comunicações Jornalista David Nasser pertence ao governo estadual. Sua torre é muito famosa por ser a maior torre de alvenaria do mundo, com 100 m de altura e também por ter sido ponto de avistamento de OVNIS - objetos voadores não-identificados.





A cidade tem forte relação com a cultura indígena e suas raízes históricas marcada pela diversidade de costumes,
música e gastronomia, que refletem nos traços culturais singulares provenientes também de muitos imigrantes japoneses, paraguaios, espanhóis, italianos, libaneses, portugueses entre outros. O Memorial de Cultura Indígena, com estrutura de bambu e palha de sapé, está na única aldeia urbana indígena do Brasil e concentra a 2a. maior comunidade indígena do Brasil. No artesanato Terena e Kadiwéu destacam na cerâmica, adornos, objetos em palha, barro e tecelagem.





Situada próxima à fronteira do Brasil/Paraguai, a influência cultural paraguaia tornou-se a mais marcante no cotidiano do campo-grandense, com as rodas de tereré, a polca paraguaia, a guarânia, comida e danças. O uso de ervas medicinais é uma influência paraguaia e depara-se em cada esquina do centro da cidade com um vendedor de ervas chamado Raizeiro.

O tereré é uma bebida muito consumida no Pantanal, uma versão gelada do chimarrão gaúcho feito
com mate moído e servida na guampa, que é um chifre de boi cortado. Os paraguaios fundaram em Campo Grande o Hospital Adventista do Pênfigo, que tornou-se referência em todo mundo no tratamento da doença do fogo selvagem, graças a uma fórmula paraguaia de ervas.





A proximidade com o Paraguai possibilitou algumas trocas, como a Chipa – que parece um pão de queijo em forma de
ferradura. Apesar da semelhança em sabor, a Chipa é mais seca. Outra é a Sopa paraguaia, que não é líquida mas parece uma torta. Reza a lenda que durante a Guerra do Paraguai os soldados levavam uma sopa substanciosa para se alimentar. Por não ser prático transportar algo líquido, foram colocando mais milho, mais milho… e acabou virando uma torta!...

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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