segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Acrelândia, a cidade dos Geoglifos





No Estado do Acre está Acrelândia, uma pequena cidade chamada de "Princesinha do Acre" que, apesar de seus poucos recursos, guarda grandes preciosidades e segredos. 

Foram identificados 255 Geoglifos na parte leste do Acre através de um levantamento dos seus sítios arqueológicos. 

Os Geoglifos são enormes e perfeitas figuras geométricas no solo, encontradas tanto em morros quanto em áreas planas e espalhados por uma área de 6.000 km quadrados de extensão.






Com aproximadamente 70.000 metros quadrados de área, o equivalente a mais de 8 campos de futebol,  nas escavações foram encontrados cacos de cerâmica, urnas funerárias e machadinhas de pedra polida. 

As valas e os fragmentos formam os maiores monumentos arqueológicos brasileiros e estudiosos afirmam que não há nada igual a essas estruturas em nenhuma parte do mundo.





Geoglifo visto do alto


Descobertos há mais de 25 anos na Floresta Amazônica do Brasil, os Geoglifos trazem novas indagações sobre as civilizações que podem ter habitado essa área no passado. 

Essas imensas estruturas se tornaram visíveis após o desmatamento da região e estão na forma de círculos, elipses, quadrados, retângulos, hexágonos, octógonos, meia lua, além de formas irregulares. As valas chegam a ter 2 metros de profundidade e 10 metros de largura. 






Passados mais de 8 séculos, as construções continuam visíveis do alto. Nos geoglífos de Acrelândia predominam as figuras retangulares, acompanhadas, às vezes, de outras estruturas complexas. 

Nos últimos anos descobriu-se uma quantidade muito maior com outras figuras.  Com o avanço das pesquisas, percebeu-se que essas formas estavam associadas, em sua maioria, a outros vestígios. 





Geoglifo visto do solo


Segundo cálculos, as valas datam do século 13, ou seja, 200 anos antes do Brasil ser descoberto. Existem também geoglifos em Rondônia, no Sul do estado do Amazonas e no Rio Grande do Sul. 

A primeira questão intrigante que se tem sobre essas figuras é para saber como elas foram feitas, pois vistas do solo, elas não são percebidas e só podem ser visualizadas do alto. Como conseguiriam se guiar para fazer essas figuras tão complexas?

E daí surgem muitas teorias. Uma delas é que as figuras não teriam sido feitas pelo homem e sim por seres extraterrestres. Outra teoria mais aceita atualmente, é a de que os antigos povos tinham tecnologia para fabricar balões que lhes permitiria orientar a construção das figuras, já que foram encontrados em vasos antigos desenhos que parecem balões.



 




A segunda interrogação é saber porque fariam figuras tão perfeitas, já que os homens não podiam apreciá-las do solo. Então surgem teorias, entre elas é a de que as figuras tinham o propósito de serem vistas do alto, talvez servindo de guia para seres extraterrestres. 

Mas há uma teoria que relaciona as figuras a motivos religiosos, talvez poderiam ser uma devoção ou agradecimento a algum deus. Em outra teoria, as figuras são relacionadas à manifestação da cultura e da arte dos povos antigos. 

Essa última teoria é a mais aceita, já que nos dias modernos muitas artes foram construídas, como em Palm Islands em Dubai - com suas ilhas artificiais em forma de palmeira e o Folkestone White Horse - geoglifo em forma de um cavalo branco erguido em 2003. Também empresas, como a Coca-Cola no deserto do Chile e a Firefox nos EUA, já desenharam seus símbolos sob a forma de geoglifos para fins de marketing. 




Geoglifo em Nazca / Peru

Visto que os Geoglifos do Acre estão localizados em áreas próximas aos divisores de água dos rios Acre, Iquiri e Abunã, tem-se considerado que seriam aldeias fortificadas que serviam de moradia e plantação, ou talvez fossem lugares de encontros, festas e rituais. 

Os historiadores tentam desvendar as interrelações dos eventos encontrados no Brasil e no Perú. No entanto, os Geoglifos de Nazca são explicados como figuras que visavam homenagear os deuses devido à grande seca que sempre se abateu sobre Nazca, considerada uma das cidades mais secas do mundo. O fenômeno tem sido uma incógnita, onde existem muitas perguntas para poucas respostas...




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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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