domingo, 11 de setembro de 2011

Arembepe, a comunidade da Era de aquário




Entre Salvador e Mata de São João está Arembepe, um local onde a filosofia de vida e o contato com a natureza já mergulhou nos conceitos da Era de aquário. Arembepe vem do tupi-guarani e significa “aquilo que nos envolve”. O pequeno povoado é um dos portões de entrada para a Costa dos Coqueiros que concentra bons hotéis, restaurantes, pousadas, bares, uma sede do Projeto Tamar e a primeira Aldeia Hippie do Brasil.

Com uma faixa litorânea de 7 km, Arembepe está dividida em 5 praias, sendo as mais conhecidas a de Piruí e a do Porto, principalmente devido às piscinas naturais. A praia tem muitas rochas que formam cachoeirinhas e quando a maré está enchendo é fascinante ver o impacto das águas nas rochas que formam as piscinas naturais.

Outra atração de Arembepe é o Rio Capivara. O Açu do Capivara é um trecho de rio onde se pode refrescar em suas águas limpas e também um ponto para pescaria. Para quem gosta de uma boa trilha, a dica é atravessar o Capivara de canoa e seguir pelos inúmeros caminhos, sendo indispensável a presença de guias.













Conhecida internacionalmente, Arembepe é considerada um refúgio ecológico de vegetação preservada com bons hoteis e pousadas. O festival de Arembepe acontece na Lua Cheia de janeiro quando vários movimentos alternativos de várias partes do mundo se encontram e organizam intervenções culturais em Arembepe, como espetáculos de dança, apresentação de peças, monólogos e toda diversidade cultural.







Em Arembepe existe uma aldeia hippie instalada ali desde 1970, um reduto com cabanas rústicas construídas com madeira e palha, sem energia elétrica e sem o conforto da vida moderna. Mas para quem mora ali pouco importa, o que importa é a paz e a beleza natural. Por ali não circulam carros e o acesso é feito caminhando, por isso o lugar é bem preservado.

Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais. Esses movimentos de contestação iniciaram-se nos EUA, quando os hippies defendiam o amor livre e a não violência. Adeptos do pacifismo e, contrários à guerra do Vietnã, participaram de algumas manifestações anti-guerra dos anos 60. Ir contra qualquer tipo de manifestação política também faz parte da cultura hippie, que privilegia muito mais o bem estar da alma e do indivíduo.









Por volta de 1970, muito do estilo hippie se tornou parte da cultura principal, porém muito pouco da sua essência. A grande imprensa perdeu seu interesse na subcultura hippie como tal, apesar de muitos hippies terem continuado a manter uma profunda ligação com a mesma. Como os hippies tenderam a evitar publicidade após a era do Verão do amor e de Woodstock, surgiu um mito popular de que o movimento hippie não mais existia.

O movimento hippie ainda existe em comunidades mundo afora e ainda hoje, muitos buscam festivais que proporcionam encontros para celebrar a vida e o amor, como no Peace Fest. Pelas ruas de Arembepe, gente de várias nacionalidades e um emaranhado de línguas estrangeiras se misturam aos mais variados sotaques brasileiros, criando uma miscelânea cultural que combina com a simplicidade do vilarejo.

Na aldeia existe um centro de artesanato, restaurante, escola e 40 cabanas. As moradias ainda oferecem estadias para turistas e espaços para camping. Os preços das diárias são baixos e variam entre R$ 10 e R$ 30. Mas o que atrai mesmo gente de fora é o clima de liberdade típico do movimento hippie das décadas de 60 e 70. Já estiveram na Aldeia de Arembepe.: Mick Jagger, Janis Joplin, Roman Polanski, Caetano Veloso, Raul Seixas e tantos outros que foram relaxar suas mentes por essas praias baianas.






Existe uma base do Projeto Tamar que há muito tempo desenvolve um programa de preservação das tartarugas marinhas, transformando parte da praia em um verdadeiro santuário para a desova e criando os filhotes em tanques. Nos meses de primavera-verão, entre setembro e março, é possível assistir o nascimento de filhotes ao lado dos biólogos e técnicos do Projeto Tamar que cuidam da preservação da espécie. Arembepe é uma das regiões onde existe um dos maiores índices de desovas de tartarugas marinhas no mundo.

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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